É mesmo possível viajar fisicamente para o passado, explica astrofísico

(dr) Hannes Hummel / Quanta Magazine

O tecido do espaço-tempo, dois buracos de minhoca e seus buracos-negros

O astrofísico Ethan Siegel afirmou em seu blog Starts With A Bang, na revista Forbes, que a ideia de viajar no passado pode ser possível “graças a algumas propriedades muito interessantes do tempo e do espaço, segundo a teoria de relatividade geral de Albert Einstein”.

O cientista norte-americano  Ethan Siegel parte do conceito de “buracos de minhoca”, também conhecidos como pontes de Einstein-Rosen, que são passagens através do espaço-tempo, e garante que a ideia de viajar no passado pode ser possível.

No universo, no tecido do espaço-tempo existem minúsculas flutuações quânticas,  incluindo flutuações de energia em direções “positivas” e “negativas”, explica Siegel.

“Uma flutuação de energia positiva muito forte e densa criaria um espaço curvo de uma forma particular, enquanto uma forte flutuação de energia negativa curvaria o espaço exatamente da forma oposta”, assinalou Siegel em seu blog Starts With a Bang.

“Se conectarmos essas duas áreas de curvatura, poderíamos alcançar — por um breve momento — a noção de um buraco de minhoca quântico“, diz o cientista, que em setembro afirmou que o Big Bang não foi o início do Universo.

De acordo com o astrofísico americano, caso um buraco de minhoca esteja aberto o suficiente, uma partícula poderia ser transportada através dele. Ou seja, a partícula desapareceria instantaneamente em um lugar no espaço-tempo e reapareceria em outro. No entanto, para transportar uma pessoa, seria necessário aplicar mais esforços.

O especialista explicou que, se nós criarmos um buraco negro supermassivo e sua contrapartida de massa hipotética ou energia negativa, que ainda não foi descoberta, ao conectá-los, poderemos criar também um buraco de minhoca transitável.

E é aí que o conceito de dilatação do tempo entra em jogo: quanto maior for o movimento através do espaço, menor será o movimento através do tempo.

Por exemplo, imaginamos um par de buracos de minhoca, um deles, durante um ano, permanece quase imóvel, enquanto outro atinge uma velocidade próxima da velocidade da luz. Ao passar um ano, o buraco de minhoca imóvel envelheceria um ano, enquanto o móvel envelheceria 40 anos.

“Se 40 anos atrás, alguém tivesse criado um par de buracos de minhoca e os tivesse lançado a essa viagem, hoje seria possível entrar em um deles e sair em outro no passado, em 1978.”

Infelizmente, o problema é que não poderemos regressar do passado ao presente, conclui Ethan Siegel.

COMPARTILHAR

DEIXE UM COMENTÁRIO:

Como é feito o café descafeinado? A bebida é realmente livre de cafeína?

O café é uma das bebidas mais populares do mundo, e seus altos níveis de cafeína estão entre os principais motivos. É um estimulante natural e muito popular que dá energia. No entanto, algumas pessoas preferem …

“Carros elétricos não são a solução para a transição energética”, diz pesquisador

Peter Norton, autor do livro “Autonorama”, questiona marketing das montadoras e a idealização da tecnologia. Em viagem ao Brasil para o lançamento de seu livro “Autonorama: uma história sobre carros inteligentes, ilusões tecnológicas e outras trapaças …

Método baseado em imagens de satélite se mostra eficaz no mapeamento de áreas agrícolas

Modelo criado no Inpe usa dados da missão Sentinel-2 – par de satélites lançado pela Agência Espacial Europeia para o monitoramento da vegetação, solos e áreas costeiras. Resultados da pesquisa podem subsidiar políticas agroambientais Usadas frequentemente …

Como o Brasil ajudou a criar o Estado de Israel

Ao presidir sessão da Assembleia Geral da ONU que culminou no acordo pela partilha da Palestina em dois Estados, Oswaldo Aranha precisou usar experiência política para aprovar resolução. O Brasil teve um importante papel no episódio …

O que são os 'círculos de fadas', formações em zonas áridas que ainda intrigam cientistas

Os membros da tribo himba, da Namíbia, contam há várias gerações que a forte respiração de um dragão deixou marcas sobre a terra. São marcas semicirculares, onde a vegetação nunca mais cresceu. Ficou apenas a terra …

Mosquitos modificados podem reduzir casos de dengue

Mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia podem estar associados a uma queda de 97% nas infecções de dengue em três cidade do vale de Aburra, na Colômbia, segundo o resultado de um estudo realizado pelo …

Chile, passado e presente, ainda deve às vítimas de violações de direitos humanos

50 anos após a ditadura chilena, ainda há questões de direitos humanos pendentes. No último 11 de setembro, durante a véspera do 50° aniversário do golpe de estado contra o presidente socialista Salvador Allende, milhares de …

Astrônomos da NASA revelam caraterísticas curiosas de sistema de exoplanetas

Os dados da missão do telescópio espacial Kepler continuam desvendando mistérios espaciais, com sete exoplanetas de um sistema estelar tendo órbitas diferentes dos que giram em torno do Sol. Cientistas identificaram sete planetas, todos eles suportando …

Em tempos de guerra, como lidar com o luto coletivo

As dores das guerras e de tantas tragédias chegam pelas TV, pelas janelinhas dos celulares, pela conversa do grupo, pelos gritos ou pelo silêncio diante do que é difícil assimilar e traduzir. Complicado de falar …

Pesquisa do Google pode resolver problemas complexos de matemática

O Google anunciou uma série de novidades para melhorar o uso educativo da busca por estudantes e professores. A ferramenta de pesquisa agora tem recursos nativos para resolver problemas mais complexos de matemática e física, inclusive …