Os buracos negros supermassivos são geralmente objetos estacionários, localizados no centro das galáxias. No entanto, usando dados do Observatório de raios-X Chandra da NASA e outros telescópios, os astrônomos detectaram recentemente o que poderia ser um buraco negro supermassivo em movimento.
Este possível buraco negro em fuga, que contém cerca de 160 milhões de vezes a massa do nosso Sol, está localizado em uma galáxia elíptica a 3,9 bilhões de anos-luz da Terra.
Os astrônomos estão interessados nestes buracos negros supermassivos em movimento porque podem revelar mais sobre as propriedades destes objetos enigmáticos.
Este buraco negro pode ter “recuado”, na terminologia usada pelos cientistas, quando dois buracos negros supermassivos mais pequenos colidiram e se fundiram para formar um ainda maior. Ao mesmo tempo, a colisão teria produzido ondas gravitacionais, emitidas mais fortemente em uma dada direção do que em outras.
Segundo o estudo divulgado no Astrophysical Journal, este buraco negro recém-formado recebeu um impulso na direção oposta dessas ondas gravitacionais mais fortes, que teria empurrado o buraco negro para fora do centro da galáxia.
A força do pontapé depende da velocidade e direção da rotação dos dois buracos negros mais pequenos antes de se fundirem. Portanto, podem ser obtidas informações sobre estas propriedades importantes, mas elusivas, através do estudo da velocidade de recuo dos buracos negros.
Usando dados do SDSS e do telescópio Keck no Hawaii, a equipe determinou que o buraco negro crescente localizado perto, mas visivelmente deslocado do centro da galáxia, tem uma velocidade diferente da galáxia.
A galáxia que hospeda o possível buraco negro em recuo também mostra algumas evidências de perturbação nas regiões externas, uma indicação que poderia ter ocorrido uma fusão entre duas galáxias em um passado relativamente recente.
É consenso que as fusões entre buracos negros supermassivos ocorram quando as galáxias-mãe se fundem, a informação suporta a ideia de um buraco negro em retrocesso no sistema.
Além disso, existe uma alta formação estelar na galáxia, estimada em várias centenas de vezes a massa do Sol por ano.
Isto está de acordo com as simulações de computador, que preveem que as taxas de formação estelar podem ser elevadas em galáxias em fusão, particularmente aquelas que contêm buracos negros em recuo.
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