Mesmo para quem não acredita em Deus ou Cristo, a religião pode ser uma força poderosa. Uma pesquisa finlandesa mostra que mesmo os ateus podem ter crenças inconscientes que afetam sua psicologia.
Em sociedades como a australiana ou a norte-americana, a religião pode estar em decadência, mas o Cristianismo continua a moldar a cultura e a política dessas sociedades, desde os feriados que se celebram aos valores praticados.
E nem é assim tão surpreendente que símbolos religiosos e tradições permaneçam em sociedades secularizadas. O surpreendente é como as crenças religiosas permanecem e afetam as mentes das populações.
Um estudo finlandês explorou como pessoas religiosas e ateias respondiam à ideia de Deus. Os pesquisadores usaram eletrodos para medir a quantidade de suor produzida quando as pessoas liam frases como “Desafio Deus a afogar meus pais” ou “Desafio Deus a me fazer morrer de câncer”.
Inesperadamente, quando ateus leram as frases, produziam tanto suor como os crentes, sugerindo que ficavam tão nervosos com as consequências dos “desafios” a Deus como os que acreditam em Deus.
E isso não se explica simplesmente porque os ateus não queriam causar danos em outros, já que um estudo complementar mostrou que frases semelhantes que não envolviam Deus, como “Desejo que meus pais se afoguem”, não faziam aumentar tanto os níveis de suor.
Juntos, os estudos sugerem que, apesar de negarem a existência de Deus, os ateus se comportam como se Deus existisse.
Mas isto significa que os ateus mentem quando negam a existência de Deus? Não exatamente. Pelo contrário, este comportamento contraditório acontece devido à vivência em uma cultura religiosa que “martela” a ideia de Deus. E talvez seja isso que leva ateus a formar atitudes “implícitas” que contrariam suas atitudes explícitas.
Ciberia // ZAP
A conclusão exarada no último parágrafo é uma sórdida tentativa de manipulação das ideias. Não perceberam que ela prescinde dos afetos relativos aos pais e à própria integridade física quando trata da força cultural da religião? Trocando em miúdos, ela diz que, para os ateus, em se tratando de desafiar Deus, o peso da cultura religiosa circundante é mais importante do que o a afeição pelos pais e o instinto de autopreservação. Ora, em se tratando de ateus, essa ideia soa absurda. Qual será, então, a explicação? Exatamente aquela que se depreende da Bíblia Sagrada: a de que todos os seres humanos nascem com um espírito que tem consciência da existência de Deus e está apto a adorá-lo, mas, por escolha, alguns se esforçam para rejeitar isso. E mesmo esse esforço não consegue apagar por completo a noção da realidade.