A nota de dólar é seguramente um dos mais emblemáticos e representativos símbolos dos EUA e do próprio capitalismo, e por isso a medida anunciada pelo governo Biden de retomar o projeto de incluir o rosto da ativista negra e abolicionista Harriet Tubman na cédula de 20 dólares tornou-se bandeira importante da nova administração.
Apontando uma mudança expressiva em diversas frentes com relação à administração anterior, o atual governo anunciou que pretende iniciar esforços para acelerar o processo e enfim homenagear a ativista.
O plano de estampar a nota com o rosto de Tubman foi anunciado em 2016 ao fim da administração Obama, mas acabou abandonado pelo governo Trump – o ex-presidente chegou a afirmar considerar a homenagem um gesto “puramente politicamente correto”.
“É importante que o nosso dinheiro reflita a história e a diversidade do do nosso país e a imagem de Harriet Tubman enfeitando as novas notas de 20 dólares seguramente refletem isso”, afirmou Jen Psaki, atua secretária de imprensa da Casa Branca, em coletiva recente.
Tubman nasceu escravizada em 1822 no estado de Maryland, mas conseguiu escapar para se tornar uma das mais importantes ativistas e revolucionárias contra a escravidão no país – realizando 19 missões para libertar cerca de 300 pessoas, trabalhando ao lado de nomes como o abolicionista Frederick Douglass.
Durante a Guerra Civil, Tubman atuou como batedora armada e espiã para o exército da União até a abolição da escravatura no país, em 1865, e o fim do conflito. Quando morreu, aos 91 anos em 1913, ela estava, nos últimos anos de sua vida, trabalhando pela causa do sufrágio feminino.
A escolha por Tubman se deu em 2015, através de uma campanha intitulada “Women on 20s”, quando mais de 600 mil pessoas pediram que uma mulher passasse a estampar a nota de 20 dólares.
Caso a medida seja mesmo confirmada, a ativista será a primeira mulher negra a estampar uma cédula no país – entrando no lugar do ex-presidente Andrew Jackson, sétima pessoa eleita para o cargo no país, ocupando a cadeira entre 1829 e 1837.
Jackson é o rosto na cédula de 20 dólares desde 1928, mas hoje sua história é revista: além de ter sido escravocrata, Jackson assinou medidas que provocaram a morte de milhares de pessoas da comunidade nativa da época.
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