O novo trabalho artístico de Banksy é, acima de tudo, um projeto humanitário. O misterioso artista britânico é o financiador do Louise Michel, nome de um barco de resgate que está atuando no Mediterrâneo para ajudar refugiados que tentam chegar à Europa pelo mar.
O trabalho é feito em parceria com uma tripulação formada por ativistas europeus com experiência na questão.
O barco, batizado em homenagem a uma feminista anarquista francesa do século XIX, zarpou da costa espanhola no último dia 18 de agosto. Na última semana, ele resgatou 89 pessoas que estavam à deriva na região central do Mediterrâneo. Em outras duas operações anteriores, a embarcação financiada por Banksy salvou outras 109 imigrantes.
Quem vê o Louise Michel, logo identifica o trabalho de Banksy: com traços característicos do artista, uma menina com cabelos ao vento segura uma boia de resgate rosa em forma de coração. A embarcação, que navega com a bandeira alemã, ainda tem escrito “Rescue” (“Resgate”) em letras capitais na lateral e é decorado com tinta na mesma cor.
“Como a maior parte das pessoas que consegue se dar bem no mundo da arte, eu comprei um iate para cruzar o mediterrâneo”, diz um vídeo publicado nas redes sociais do artista. Enquanto essas frases aparecem, imagens de refugiados caindo no mar desesperados aparecem. “Era um navio da marinha francesa, que nós transformamos em um navio de resgate porque as autoridades europeias deliberadamente ignoram chamadas de socorro de ‘não europeus’.”
A ligação de Banksy com o resgate de refugiados já dura um ano. Em setembro de 2019, ele entrou em contato com a ativista Pia Klemp, por e-mail, oferecendo ajuda para comprar um barco para o trabalho voluntário na região. Ao “Guardian”, ela afirmou que o envolvimento do artista com a causa é limitado. “Banksy não finge saber como operar um navio de resgate e nós não fingimos ser artistas”, disse.
Um dos objetivos do navio é chegar aos refugiados antes que eles sejam capturados de volta pela guarda-costeira da Líbia, de onde a maioria vêm. Há relatos de maus tratos e até mesmo da venda de alguns refugiados quando esses são retornados aos portos líbios.
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