Um intérprete de língua de sinais amador indicou frases incompreensíveis e usou palavras como “ursos” e “monstros” para a comunidade surda da Flórida, durante uma coletiva de imprensa sobre a passagem do furacão Irma, sendo acusado de colocar vidas em risco.
As autoridades de emergência do estado da Flórida, nos Estados Unidos, estão recebendo uma enchurrada de críticas por terem pedido a um intérprete de língua de sinais amador, e não a um profissional, para interpretar a mensagem de uma coletiva de imprensa sobre as medidas de segurança a adotar por causa da passagem do furacão Irma, escreve o International Business Times.
De acordo com o site, as autoridades do condado de Manatee dizem que se viram “em apuros” quando, em 8 de setembro, o furacão se aproximava de Tampa Bay e necessitavam, com urgência, de alguém para interpretar a mensagem à população.
Como não conseguiram encontrar um profissional, os funcionários pediram ajuda a um membro da equipe de resgate marítimo local, Marshall Greene, que tem um irmão surdo.
A decisão acabou em um erro terrível. Membros da comunidade surda dizem que a interpretação do voluntário não teve nenhum sentido e que chegou a usar palavras como “ursos”, “pizza” e “monstros”. Outras das frases interpretadas estavam incompletas ou eram totalmente incompreensíveis.
O vídeo da sua interpretação foi compartilhado nas redes sociais e rapidamente se tornou viral. Chris Wagner, ex-presidente da Associação Nacional de Surdos dos EUA, assinalou que a interpretação de Green foi um insulto a toda a comunidade surda.
As autoridades locais já apresentaram um pedido de desculpas pela falta de profissionalismo, assumindo que poderia ter colocado vidas em risco, e asseguraram que aprenderam com o erro.
O episódio relembra outro semelhante, durante o funeral de Nelson Mandela, em 2013, quando o intérprete de língua de sinais Thamsanga Jantjie traduziu sem qualquer sentido os discursos em homenagem ao antigo presidente sul-africano.
O intérprete alegou um ataque de esquizofrenia que o desconcentrou e chegou depois a ser internado em um hospital psiquiátrico. O governo sul-africano foi obrigado a apresentar um pedido de desculpas à comunidade surda pelo escândalo.
Ciberia // ZAP