A 91ª edição do Oscar foi marcada por uma divisão quase igualitária de estatuetas entre os concorrentes, com destaque para “Bohemian Rhapsody”, produção com maior número de prêmios, e “Green Book: O Guia” – melhor filme -, em cerimônia realizada neste domingo em Los Angeles.
O filme biográfico sobre o cantor da banda Queen, Freddie Mercury, levou quatro prêmios ao todo: melhor ator, edição de som, mixagem de som e montagem.
“Green Book”, do diretor Peter Farrelly, ganhou três Oscars: melhor ator coadjuvante (Mahershala Ali), roteiro original e filme, a cereja do bolo de uma cerimônia marcada pela ausência, depois de 30 anos, de um apresentador
Também com três prêmios se destacaram “Pantera Negra” (melhor trilha sonora original, figurino e design de produção); e “Roma” (melhor filme estrangeiro, diretor e fotografia, ambos para Cuarón).
“Roma” se tornou a primeira produção mexicana a vencer na categoria de melhor filme estrangeiro. O encarregado de entregar o prêmio foi Javier Bardem, que fez o seu discurso completamente em espanhol. “Não há fronteiras nem muros que freiem a inventividade e o talento”, disse o ator espanhol no palco do Teatro Dolby.
É o quinto Oscar de melhor direção que vai para o México nos últimos seis anos: Cuarón ganhou em 2014 por “Gravidade”; Alejandro González Iñárritu em 2015 e 2016 com “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)” e “O Regresso”; e Benício del Toro em 2018 com “A Forma da Água”.
A grande surpresa da noite foi a vitória da britânica Olivia Colman como melhor atriz por “A Favorita”, que superou Glenn Close, a grande favorita em todas as previsões, devido a seu trabalho em “A Esposa”.
Por outro lado, Rami Malek cumpriu as previsões e ganhou o Oscar de melhor ator por seu papel como Freddie Mercury em “Bohemian Rhapsody”.
“Obrigado ao Queen por me deixar ser uma parte pequena do seu fenomenal e extraordinário legado”, afirmou Malek. “Estou em dívida com vocês para sempre”, acrescentou.
O ator americano, filho de imigrantes egípcios, pediu que mais histórias que apostem na diversidade sejam contadas e que se fale sobre pessoas que têm problemas com quem são e com sua identidade.
Além disso, Regina King levou o prêmio de melhor atriz coadjuvante por “Se a Rua Beale Falasse”, enquanto Ali somou seu segundo prêmio como melhor ator coadjuvante, após o obtido por “Moonlight: Sob a Luz do Luar” (2016).
Outro momento de destaque na festa foi o Oscar para Spike Lee – o primeiro da sua carreira – de melhor roteiro adaptado por “Infiltrado na Klan”, um prêmio que recebeu após se abraçar efusivamente com Samuel L. Jackson, um dos seus atores favoritos.
“As eleições presidenciais de 2020 estão na porta. Mobilizemo-nos. Estejamos no lado correto da história. Façamos a escolha moral do amor contra o ódio”, disse Lee sem mencionar explicitamente o polêmico presidente Donald Trump.
“‘Façamos o correto!'”, finalizou o cineasta em alusão a “Faça a Coisa Certa“, título original de um dos seus filmes mais famosos.
Lady Gaga, que concorria ao Oscar como melhor atriz por “Nasce uma Estrela”, protagonizou o principal momento musical da festa ao piano junto com Bradley Cooper, interpretando “Shallow”, que levou o prêmio de melhor canção.
“Não há uma só pessoa neste planeta que podia ter cantado esta canção comigo. Obrigado por acreditar em nós”, disse Gaga se dirigindo a Cooper, seu companheiro de elenco e diretor do filme.
// EFE