‘Moonlight” foi escolhido melhor filme do Oscar após confusão com os apresentadores Faye Dunaway e Warren Beatty, que leram o nome errado ao falar o vencedor.
Os atores apresentavam a categoria final, neste domingo (26), e disseram que “La La Land” havia levado a estatueta, após erro da organização do evento.
A equipe subiu ao palco para receber o prêmio. Após 2 minutos e 23 segundos, foi informada do erro e esclareceu que o vencedor era “Moonlight”. Warren Beatty e Faye Dunawayestavam, na verdade, com o envelope da vencedora de Melhor Atriz (Emma Stone, de “La La Land”).
Ao abrir o envelope, Beatty ficou olhando para o papel com o nome do vencedor, como se algo estivesse errado. Ele ficou 20 segundos sem saber o que fazer: a plateia pensou que era uma brincadeira. Até deu risada. O ator de 79 anos é conhecido pelo bom humor.
Então, Faye pegou o papel da mão do ator e leu: “La La Land”. Foi quando a equipe do filme se abraçou e foi receber a estatueta. Os produtores (Fred Berger, Jordan Horowitz e Marc Platt) discussaram, mas foram avisados da confusão.
“Há um erro, ‘Moonlight’, caras, vocês ganharam melhor filme. Isso não é uma brincadeira, acho que eles leram a coisa errada”, disse Horowitz.
“Moonlight” levou ainda a estatueta de roteiro adaptado e de ator coadjuvante, para Mahershala Ali. “La La Land: Cantando Estações” ganhou seis prêmios: atriz, diretor, música original, trilha sonora, fotografia e design de produção.
Damien Chazelle se tornou o mais jovem a ganhar como diretor. Casey Affleck levou o Oscar de ator por “Manchester à Beira-mar”, filme que ganhou também a estatueta de roteiro original.
Moonlight
“Moonlight: Sob a luz do luar” se tornou o Melhor Filme do Oscar neste ano ao narrar o crescimento de um garoto negro na periferia de Miami, nos Estados Unidos, que enfrenta desafios relacionados a sua raça e sexualidade.
Mesmo sem estrelas e com uma narrativa simples e direta, o filme independente escrito e dirigido por Barry Jenkins foi colecionando prêmios e elogios.
A vitória mostrou também uma nova mentalidade da Academia de Artes e Ciência Cinematográficas de Hollywood, após a péssima repercussão da campanha #OscarSoWhite, que criticava a ausência de artistas negros no Oscar de 2016. Neste ano, a premiação bateu o recorde com o maior número de negros indicados: 20.
Coadjuvantes: discursos poderosos
Favoritíssimos, Viola Davis (“Um limite entre nós”) e Mahershala Ali (“Moonlight: Sob a luz do luar”) ganharam como coajuvantes. Fizeram discursos poderosos e emocionados.
“Quando me perguntam que papéis eu quero interpretar, eu digo ‘dessas pessoas que não sabem o que é poder sonhar, poder atingir seus sonhos’”, disse a atriz. “Viola Davis foi indicada a um Emmy por esse discurso”, brincou o apresentador Jimmy Kimmel.
Protestos contra Trump (e a favor)
O Oscar também teve protestos. Uma fita azul foi usada por celebridades como a atriz Ruth Negga no tapete vermelho do Oscar. Eles apoiam a União Americana pelas Liberdades Civis, que se opõe a Donald Trump. Também antes da premiação, apoiadores do presidente americano protestaram contra a “elite de Hollywood” perto do Teatro Dolbly.
Trump também foi citado por Kimmel. “Já estamos em duas horas do prêmio e Donald Trump não twittou sobre a gente até agora. Estou ficando preocupado”, disse ele, que pegou o celular e botou a imagem do perfil de Trump no Twitter no telão da premiação.
O diretor do melhor filme estrangeiro “O apartamento”, o iraniano Asghar Farhadi, mandou uma carta. Nela, ele explicou que não foi ao Oscar em respeito à população do seu país e a outros imigrantes que não podem mais entrar nos Estados Unidos após o banimento a muçulmanos imposto por Trump.
Diretor mais novo, filme mais longo
Premiado como Melhor Diretor, Damien Chazelle se tornou o mais jovem a levar o prêmio, com 32 anos e um mês.
“Quero agradecer Ryan e Emma por darem vida a este filme”, disse Damien Chazelle. “Quero agradecer a minha família por sempre acreditarem em mim. E agradeço a Olivia. É um filme sobre amor e fico feliz por ter encontrado o amor fazendo este filme”.
Outro recordista da noite foi “O.J.: Made in America”. Com 7 horas e 47 minutos de duração, ele ganhou como Melhor Documentário. O filme superou “Guerra e Paz”, longa russo que ganhou o Oscar de filme estrangeiro em 1969, com 7 horas e 7 minutos de duração.
Outra curiosidade deste ano foi que o “homem mais azarado do Oscar” finalmente ganhou. Após 20 indicações sem vitória, o engenheiro de som Kevin O’Connel foi premiado por seu trabalho em “Até o último homem”.
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