A política homofóbica implantada pelo governo russo promete ganhar contornos mais rígidos durante a Copa do Mundo que se inicia nesta quinta-feira (14).
Como parte da lei contra o que eles chamam de “propaganda gay”, o governo de Vladimir Putin anunciou o acréscimo de mais 300 homens para fiscalizar qualquer manifestação de afeto entre pessoas do mesmo sexo.
“Se virmos dois homens se beijando, diremos à polícia, então caberá à polícia decidir o que fazer”, declarou Oleg Barannikov, líder do grupo paramilitar leal ao presidente Vladimir Putin e, segundo o Hypeness, conhecido pela atitude violenta.
A iminente hostilidade, especialmente contra os turistas, está gerando uma série de manifestações de órgãos diplomáticos. No Brasil, o Itamaraty e o Ministério do Esporte lançaram o Guia Consular do Torcedor Brasileiro com um alerta especial aos viajantes LGBT.
O documento que ressalta o risco de prisão em caso do uso bandeiras estrangeiras em praças e prédios públicos, não recomenda demonstrações públicas de carinho, como andar de mãos dadas ou beijar na boca.
“Não são comuns na Rússia manifestações intensas de afeto em público. Em particular, recomenda-se à comunidade LGBT evitar demonstrações homoafetivas em ambientes públicos, que podem ser consideradas ‘propagandas de relações sexuais não tradicionais feita a menores’ e enquadradas em lei de junho de 2016, que prevê deportação”, diz o guia.
Mesmo com as conquistas dos últimos tempos, a Rússia ainda é um país com traços de censura. Há quase duas décadas comandado por Putin, o país costuma reprimir com força visões mais progressistas. No caso da diversidade sexual, o buraco é ainda mais embaixo.
Em vigência desde 2013, a lei contra a “propaganda gay” insiste em criminalizar manifestações LGBT. Em cidades russas, paradas do orgulho gay e distribuição de materiais divulgando relações de pessoas do mesmo sexo são proibidos.
A repressão é endossada por boa parte da população, representada por um alto índice de 90% de favoráveis à lei. Tentando limpar a barra, o Comitê Organizador Local divulgou a permissão das bandeiras de arco-íris dentro dos estádios e nas festas dos jogos.
Ciberia // Hypeness