Brasil testa nova vacina contra a pneumonia (sem agulha)

A pneumonia atinge, em média, 450 milhões de pessoas por ano e é registrada em todos os países do mundo. Uma nova vacina contra a pneumonia está sendo analisada por pesquisadores do Instituto Butantan, em São Paulo. O projeto tem apoio da FAPESP e do Medical Research Council, do Reino Unido.

Por ser inalável, a nova vacina dispensa o uso de agulhas. Com isso, os cientistas esperam que a droga seja mais barata, eficiente e prática do que as disponíveis atualmente. Entretanto, segundo o instituto brasileiro, a pesquisa tem três anos para ser concluída e somente depois disso poderá ser testada em humanos.

Além do Butantan, participam a Liverpool John Moores University, a Liverpool School of Tropical Medicine e a empresa irlandesa Aerogen.

Para produzir a vacina, os pesquisadores terão que escolher uma das proteínas que fazem parte da bactéria Streptococcus pneumoniae, principal causadora de pneumonia no mundo e também conhecida como pneumococo. A proteína passará por um processo de isolamento e purificação.

Depois, será combinada com nanopartículas, que funcionarão como pacotes para transportá-la e introduzi-la no organismo por meio de inalação, chegando até os pulmões de forma precisa e estimulando a produção de anticorpos contra a bactéria.

Segundo os pesquisadores, um dos desafios do projeto é analisar qual proteína é mais adequada para a vacina.

Os pesquisadores têm trabalhado com a PspA (Pneumococcal Surface Protein A), que tem resposta imune considerada ótima, mas que possui famílias distintas e exigiria a combinação de duas proteínas diferentes.

Outra proteína que também está no alvo da pesquisa é a pneumolisina.

Dois laboratórios do Butantan estão envolvidos no projeto, sendo o Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas o responsável pelos estudos relacionados à proteína, que é produzida em grandes quantidades.

A pesquisadora Viviane Maimoni Gonçalves explica que como a Streptococcus pneumoniae é difícil de ser cultivada em laboratório, o gene que codifica a proteína é introduzido em outra bactéria, Escherichia coli, para que a produção possa ser realizada.

Já o Laboratório de Bacteriologia é responsável por realizar ensaios com camundongos nesta fase da pesquisa. “A nova vacina deverá ser mais eficiente do que as disponíveis hoje porque poderá proporcionar uma imunização mais ampla. Hoje todas as vacinas contra o pneumococo disponíveis no mundo são compostas de polissacarídeos, que ficam na superfície das bactérias”, explica Eliane Namie Miyaji, pesquisadora do instituto.

Ciberia // Só Notícia Boa

COMPARTILHAR

DEIXE UM COMENTÁRIO:

Como é feito o café descafeinado? A bebida é realmente livre de cafeína?

O café é uma das bebidas mais populares do mundo, e seus altos níveis de cafeína estão entre os principais motivos. É um estimulante natural e muito popular que dá energia. No entanto, algumas pessoas preferem …

“Carros elétricos não são a solução para a transição energética”, diz pesquisador

Peter Norton, autor do livro “Autonorama”, questiona marketing das montadoras e a idealização da tecnologia. Em viagem ao Brasil para o lançamento de seu livro “Autonorama: uma história sobre carros inteligentes, ilusões tecnológicas e outras trapaças …

Método baseado em imagens de satélite se mostra eficaz no mapeamento de áreas agrícolas

Modelo criado no Inpe usa dados da missão Sentinel-2 – par de satélites lançado pela Agência Espacial Europeia para o monitoramento da vegetação, solos e áreas costeiras. Resultados da pesquisa podem subsidiar políticas agroambientais Usadas frequentemente …

Como o Brasil ajudou a criar o Estado de Israel

Ao presidir sessão da Assembleia Geral da ONU que culminou no acordo pela partilha da Palestina em dois Estados, Oswaldo Aranha precisou usar experiência política para aprovar resolução. O Brasil teve um importante papel no episódio …

O que são os 'círculos de fadas', formações em zonas áridas que ainda intrigam cientistas

Os membros da tribo himba, da Namíbia, contam há várias gerações que a forte respiração de um dragão deixou marcas sobre a terra. São marcas semicirculares, onde a vegetação nunca mais cresceu. Ficou apenas a terra …

Mosquitos modificados podem reduzir casos de dengue

Mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia podem estar associados a uma queda de 97% nas infecções de dengue em três cidade do vale de Aburra, na Colômbia, segundo o resultado de um estudo realizado pelo …

Chile, passado e presente, ainda deve às vítimas de violações de direitos humanos

50 anos após a ditadura chilena, ainda há questões de direitos humanos pendentes. No último 11 de setembro, durante a véspera do 50° aniversário do golpe de estado contra o presidente socialista Salvador Allende, milhares de …

Astrônomos da NASA revelam caraterísticas curiosas de sistema de exoplanetas

Os dados da missão do telescópio espacial Kepler continuam desvendando mistérios espaciais, com sete exoplanetas de um sistema estelar tendo órbitas diferentes dos que giram em torno do Sol. Cientistas identificaram sete planetas, todos eles suportando …

Em tempos de guerra, como lidar com o luto coletivo

As dores das guerras e de tantas tragédias chegam pelas TV, pelas janelinhas dos celulares, pela conversa do grupo, pelos gritos ou pelo silêncio diante do que é difícil assimilar e traduzir. Complicado de falar …

Pesquisa do Google pode resolver problemas complexos de matemática

O Google anunciou uma série de novidades para melhorar o uso educativo da busca por estudantes e professores. A ferramenta de pesquisa agora tem recursos nativos para resolver problemas mais complexos de matemática e física, inclusive …