Inteligência artificial cria, sozinha, nova vacina contra a gripe

USACE Europe District / Flickr

Uma inteligência artificial desenvolveu uma nova vacina para a gripe. Apelidada de “SAM”, a tecnologia criou uma medicação tão eficaz que testes em humanos já estão começando nos Estados Unidos.

Segundo o relato da própria universidade, a SAM recebeu diversas informações de agentes químicos conhecidos por ativarem o sistema imunológico humano. Em seguida, outros agentes químicos — que não trazem efeito algum sobre o nosso corpo — também foram inseridos no banco de dados da IA. A partir daí, SAM passou a trabalhar na geração de “trilhões” de compostos e combinações químicas para criar novos medicamentos. A gripe em si nem era o alvo da pesquisa.

Os pesquisadores responsáveis pelo estudo então selecionaram as combinações candidatas mais viáveis de serem reproduzidas e, veja só, uma delas deu origem a uma vacina “turbocarregada” que, segundo testes realizados em animais, mostrou-se extremamente capaz de combater diversos tipos de gripe.

“Nós tivemos de ensinar o programa de IA a ler uma série de componentes de ativação do sistema imunológico humano, bem como alguns que não o fazem. O trabalho da IA em si era o de distingui-los entre componentes que funcionavam e componentes inúteis”, disse ao Business Insider o pesquisador Nikolai Petrovsky, professor da Universidade de Flinders, líder do projeto e também diretor de pesquisas da empresa australiana de biotecnologia Vaxine.

“Então desenvolvemos outro programa, chamado de ‘químico sintético’, que gerou trilhões de diferentes combinações químicas que foram reinseridas na SAM para que ela analisasse e separasse todas até que encontrasse candidatas que pudessem resultar em boas drogas imunizantes para humanos”, explicou o professor. Ele também ressaltou que o processo via inteligência artificial tem o potencial de encurtar em vários anos o tempo de descobrimento de novas medicações, salvando milhares de vidas e economizando milhões de dólares.

“Isso confirmou que a SAM não apenas tem a habilidade de identificar bons medicamentos, mas também a de criar drogas imunizantes ainda melhores do que as que existem atualmente”, disse Nikolai. “Então pegamos essas drogas criadas pela SAM e desenvolvemos testes com céulas humanas, depois em animais, a fim de confirmar a sua capacidade de ampliar a eficácia da vacina contra a influenza”.

De acordo com a Universidade de Flinders, testes humanos já estão sendo encomendados nos Estados Unidos, dizendo que já se sabe que a nova vacina é melhor do que as atuais em animais, e agora precisam confirmar isso em humanos.

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