O Brasil e a Espanha terão um cabo submarino no Oceano Atlântico que ligará os dois países. O objetivo é oferecer serviços online e em nuvem rápidos para os cidadãos de ambas as nações. A conclusão das obras está prevista para 2019.
O cabo submarino terá 9,2 mil quilômetros de extensão. Com potencial de transferir dados a 72 terabytes por segundo, terá cerca de sete vezes a capacidade de comunicação existente entre a América Latina e o resto do mundo, disse Alfonso Gajate, presidente da EulaLink, um dos parceiros no negócio.
Atualmente, a única ligação direta entre a Europa e a América do Sul é um cabo de cobre de 20 Gigabytes instalado em 1999 por um consórcio de operadores de telefonia.
De acordo com as autoridades brasileira e espanhola, o cabo submarino EllaLink conectará data centers em Madri e São Paulo, assim como em Lisboa, usando anéis de fibra blindada. Ao longo da rota, o cabo também ligará os arquipélagos da Madeira, as Ilhas Canárias da Espanha e Cabo Verde da África.
Durante evento em São Paulo, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, disse que a obra para construir o primeiro cabo submarino de fibra óptica ligando Europa ao Brasil deve ajudar a melhorar a segurança e a privacidade dos dados, por redirecionar as chamadas e navegação pela internet para longe do alcance dos Estados Unidos.
A ideia ganhou força quase quatro anos após a ex-presidenta Dilma Rousseff e outros autoridades terem sido alvos de espionagem pessoal e econômica pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA).
Em setembro de 2013, o ex-técnico da entidade, Edward Snowden, divulgou documentos que mostraram que a NSA havia espionado os telefonemas de Dilma e seus assessores e de milhões de brasileiros.
Na época, o jornalista britânico Glenn Greenwald, que mora no Rio de Janeiro, apresentou provas de que a agência monitorou conversas da presidente com o objetivo de “melhorar a compreensão dos métodos de comunicação e dos interlocutores de Dilma Rousseff e seus principais assessores”.
Por conta disso, Dilma até cancelou uma viagem que faria aos EUA cerca de um mês depois, alegando que “as práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos”.
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