Um novo ataque cibernético, ainda mais forte que o de sexta-feira passada, quando 125 mil sistemas de computadores em mais de 100 países foram afetados por um vírus, pode estar iminente, de acordo com especialistas em segurança da informação.
Um dos alertas vem do pesquisador britânico responsável pelo site MalwareTech, que acidentalmente ajudou a parar o episódio de ransonware, o esquema de chantagem para desbloquear ou devolver arquivos capturados, conhecido como WannaCrypt. Ele crê que esta segunda-feira já poderá marcar uma nova investida.
“As pessoas precisam urgentemente instalar o programa em seus computadores”, disse o pesquisador, de apenas 22 anos, à BBC.
“MalwareTech” descobriu, de forma acidental, uma espécie de “botão de emergência” que desativava o vírus para evitar que seu código fosse estudado. Mas ele adverte que uma nova versão do WannaCrypt pode corrigir a falha.
Também mostrou preocupação o chefe da Europol, a agência policial da União Europeia, Rob Wainwright. Em entrevista à BBC, ele disse que ameaça de ataques cibernéticos é crescente, e pediu que usuários de computadores ao redor do mundo façam atualizações de segurança em seus sistemas operacionais.
O vírus se aproveita de uma vulnerabilidade do Microsoft Windows que teria sido identificada pela Agência Nacional de Segurança dos EUA, a NSA – e que fez a Microsoft criar um “patch” gratuito para a consertar. Mas muitos usuários não o haviam instalado.
Darien Huss, da empresa de tecnologia Proofpoint, também espera novos ataques em breve. “Suspeito que a quantidade de atenção que esse incidente gerou pode fazer com que haja gente trabalhando para desenvolver este vírus“, diz.
O especialista não acredita que o ataque, que já atingiu mais de 100 mil usuários em pelo menos 150 países, tenha sido patrocinado por algum governo. “Foi um ataque tão simples e tão pouco sofisticado, que isso me leva a crer que se trata de alguém talentoso, mas amador”, diz Huss.
Investigadores estão tentando rastrear os responsáveis pelo ataque. “Usaremos todas os nossos meios para levar os responsáveis à justiça”, disse Oliver Gower, da Agência Nacional contra o Crime, no Reino Unido, país em que o vírus afetou parte dos computadores de seu sistema público de saúde.
// BBC