Bastam apenas 25 minutos diários de caminhada pra evitar os efeitos da demência, revela um novo estudo.
Pesquisadores no Canadá monitoraram um grupo de 38 adultos com disfunção cognitiva vascular, a segunda causa mais comum de demência, após a doença de Alzheimer. Eles descobriram que aqueles que fizeram alguns passeios rápidos por semana – totalizando três horas no total – experimentaram uma melhora na função cerebral.
De acordo com a equipe canadense, que apresentou sua pesquisa em um artigo no British Journal of Sports Medicine, depois de seis meses, eles melhoraram o reflexo e outros sinais de função cerebral. A equipe também concluiu que caminhadas rápidas regulares poderiam reduzir um risco de desenvolver comprometimento cognitivo vascular.
O cérebro é um órgão altamente metabólico e para mantê-lo saudável, requer bom fluxo de sangue para entregar os nutrientes necessários e oxigênio para seus tecidos.
O exercício aeróbico também pode beneficiar o cérebro aumentando os fatores de que promovem o crescimento celular.
“Está bem estabelecido que o exercício aeróbico regular melhora a saúde cardiovascular e cerebrovascular”, disse a autora principal do estudo, Teresa Liu-Ambrose, pesquisadora do Laboratório de Envelhecimento, Mobilidade e Neurociência Cognitiva da Universidade de British Columbia, em Vancouver, no Canadá.
“Em geral, o exercício parece ser uma estratégia promissora para promover a saúde cognitiva em adultos mais velhos”, disse Liu-Ambrose.
Ela e uma equipe de pesquisa colocaram aleatoriamente 38 idosos com disfunção cognitiva vascular leve em um dos dois grupos. Um grupo seguiu um programa de treinamento aeróbico de três aulas de uma hora de caminhada por semana durante seis meses, enquanto o outro grupo continuou com seus cuidados habituais.
Além disso, ambos os grupos receberam informações sobre comprometimento cognitivo vascular e dicas para ter uma dieta mais saudável.
As pessoas no grupo de treinamento aeróbio tiveram melhorias significativas em seus tempos de reação nos testes cognitivos, e mostraram mudanças em sua atividade cerebral que as faziam mais parecidas com cérebros saudáveis. O outro grupo não apresentou alterações.
“Embora mais pesquisas sejam necessárias para entender melhor como ela traz seus benefícios e quais fatores podem afetar o grau de benefício observado, há uma consequência negativa mínima do exercício”, disse ela.
Liu-Ambrose disse que não sabe se o exercício realmente pode impedir a disfunção cognitiva vascular, porque não houve estudos para determinar isso.
“No entanto, estudos de base populacional sugerem que a atividade física reduza o risco de desenvolvimento de disfunção cognitiva vascular. Além disso, como mencionado atrás, o exercício aeróbio é muito eficaz na redução dos fatores de risco vasculares associados com a disfunção cognitiva vascular, como a pressão arterial elevada”, disse.
“Dado o pequeno tamanho da amostra, é preciso ser cauteloso quanto à interpretação dos resultados deste estudo piloto”, disse o dr. Joe Verghese, diretor do Centro Montefiore Einstein para o Cérebro de Envelhecimento no Centro Médico Montefiore em Nova York.
“No entanto, é encorajador ver que o programa de exercícios aeróbicos de seis meses melhorou certos aspectos da cognição e mostrou mudanças na imagem cerebral funcional”.