Cientistas encontram “interruptor” no cérebro – e a obesidade fica a um passo de ter uma cura

A obesidade pode ter uma “cura”. Pesquisadores da Universidade de Monash, na Austrália, descobriram um “interruptor” no cérebro que diz ao corpo para queimar gordura após uma refeição.

Uma equipe de pesquisadores identificou como o cérebro administra a insulina, um hormônio sintetizado pelo pâncreas que metaboliza os açúcares no sangue e coordena os gastos e as conservação de energia. Os cientistas conseguiram determinar, pela primeira, vez qual é o exato mecanismo do cérebro que estimula o corpo a armazenar gordura.

A pesquisa foi publicada a semana passada na revista Cell Metabolism.

O segredo está nas células adiposas brancas e marrons, onde é armazenada a gordura chamadas de adipócitos, ou células adiposas. Os adipócitos brancos são aquela gordura que insiste em se acumular nos quadris ou no abdômen e é culpada por grande parte das doenças cardíacas e por prejudicar a circulação sanguínea.

a gordura marrom é considerada uma gordura boa, porque ela contribui para a queima de calorias e, consequentemente, estimula o emagrecimento. Estudos prévios demonstraram que pessoas com células adiposas marrons têm mais facilidade para emagrecer e não ganham peso com tanta facilidade.

Um dos segredos do ganho e da perda de peso é que a gordura quando está armazenada, fica nas células brancas e muda para as marrons quando é utilizada como um estímulo ao gasto de energia – e vice-versa.

Segundo os cientistas australianos, em pessoas obesas, o interruptor que liga e desliga a chave de branca para marrom permanece o tempo todo no modo armazenamento.

“O que nossos estudos demonstraram é que existe um mecanismo fundamental que garante que o gasto de energia seja combinado ao consumo”, diz o líder da pesquisa, Dr. Garron Dodd, ao Science Daily.

“Por um longo tempo, o porquê isso ocorre foi a peça faltando no quebra-cabeça. Mas nós mostramos não apenas por que isso acontece, mas também o mecanismo envolvido. É muito emocionante”, acrescenta o cientista.

Os cientistas ainda estão estudando como podem reprogramar esse “interruptor” para estimular o gasto de energia e a perda de peso em pessoas obesas, mas veem a descoberta com otimismo, dado o crescimento do número de pessoas com obesidade no mundo e a gravidade dos problemas de saúde causadas pelo excesso de peso.

A obesidade é um dos principais estímulos ao desenvolvimento de diabetes, hipertensão e outras doenças cardiovasculares. As estatísticas mostram que 70 milhões de brasileiros estejam acima do peso e que 18 milhões de pessoas sejam obesas no Brasil — número equivalente à soma da população das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

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