A descoberta é de grande interesse porque pode abrir portas à extração de gelo subterrâneo do satélite natural da Terra.
Poços descobertos na passada quarta-feira (10) dentro de uma cratera perto do Polo Norte da Lua poderiam ser cruciais para a criação de uma colônia humana na superfície lunar, de acordo com as últimas pesquisas.
A nova descoberta feita no solo da cratera Philolaus é de grande interesse, não apenas por ser recente, já que permitiria estudos sobre a evolução recente da Lua, mas também porque pode abrir portas à extração de gelo subterrâneo lunar a futuros exploradores, que poderiam se abastecer com água, avança a RT.
Cientistas do Instituto SETI e do Instituto Mars, organizações sem fins lucrativos que investigam as origens da vida no Universo, exploram a teoria de que os poços lunares são, na verdade, entradas para uma rede subterrânea de tubos de lava.
No interior, a equipe acredita que há grandes depósitos de gelo, que os futuros exploradores poderiam um dia extrair em vez de ter que cavar através da superfície da Lua.
“As imagens de maior resolução não permitem que os poços se identifiquem como ‘claraboias’ de tubos de lava com 100% de certeza, mas consideramos seu tamanho, forma, condições de iluminação e configuração geológica“, explicou Pascal Lee, cientista planetário do SETI e Instituto Mars, sobre as imagens recentemente publicadas.
Durante o estudo, os cientistas descobriram que muitos dos poços estão localizados ao largo de um caminho de canais subterrâneos, conhecidos como riscas curvas, que atravessam o solo da cratera, túneis que se acredita terem sido formados durante antigos fluxos de lava basáltica.
Lee espera que uma exploração mais profunda possa ajudar a verificar se estes poços são verdadeiras claraboias de lava e se realmente contêm gelo. “É uma possibilidade emocionante que uma nova geração de astronautas de espeleologia ou robôs espeleólogos poderiam ajudar a resolver”, comenta o perito.
“A descoberta é apaixonante e oportuna, já que estamos nos preparando para voltar à Lua. Também nos lembra que nossa exploração dos planetas não se limita à superfície, mas que deve se estender seus misteriosos interiores”, comenta Bill Diamond, presidente do Instituto SETI.
Ciberia // ZAP