Uma equipe de cientistas norte-americanos teoriza que alguns dos meteoritos, que não se encaixam nas duas categorias principais, têm uma origem até hoje desconhecida por astrônomos.
Um grupo significante de meteoritos, que existem hoje na Terra, vem de um corpo celeste, segundo um comunicado publicado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), EUA.
Cientistas acreditam que a maioria dos meteoritos vem de planetesimais, pequenos corpos rochosos que se formaram no início do Sistema Solar, há cerca de 4,5 bilhões de anos, e que só podem ser fundidos (meteoritos condríticos, a grande maioria) ou não fundidos (acondríticos).
No entanto, o estudo publicado na revista Science Advances determinou que esse grupo de meteoritos, chamado de meteoritos de ferro IIE, se originou em um corpo parente tanto com camadas derretidas e não derretidas. A existência de meteoritos “intermédios” foi teorizada por cientistas até agora, mas sem grandes evidências.
“Estes meteoritos de ferro IIE são meteoritos estranhos“, disse o coautor Benjamin Weiss, professor do Departamento de Ciências da Terra, Atmosféricas e Planetárias do MIT. Segundo diz, eles mostram tanto evidências de serem derretidos como de originarem dos tempos primordiais do Sistema Solar, sem alterações.
A equipe usou um método de raios X no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, Califórnia, para revelar a orientação magnética dos minerais, descobrindo uma configuração complexa de componentes fundidos e sólidos, que “teriam levado mais tempo para se formar” do que o aceito pelos cientistas.
Após realizar simulações para o processo de formação dos meteoritos, os astrônomos concluíram que “se um corpo progenitor com um núcleo fundido colidisse com outro objeto, é possível que o material pudesse ser desalojado do núcleo. Esse material poderia acabar ficando mais próximo da superfície, de onde os meteoritos vieram”.
“À medida que o corpo esfria, os meteoritos nestes bolsos vão imprimir este campo magnético em seus minerais. Em algum momento, o campo magnético decairá, mas a impressão permanecerá”, explica Clara Maurel, estudante de pós-graduação do Departamento de Ciências da Terra, Atmosféricas e Planetárias (EAPS) do MIT, e autora principal do estudo.
Significado da descoberta
“Este é um exemplo de um planetesimal que deve ter tido camadas derretidas e não derretidas. Ele incentiva a busca de mais evidências de estruturas planetárias compostas”, diz Maurel.
“A compreensão de todo o espectro de estruturas, desde estruturas não derretidas a totalmente derretidas, é a chave para decifrar como os planetesimais se formaram no Sistema Solar primitivo”, aponta.
Segundo Weiss, “a maioria dos corpos no cinturão de asteroides parece não fundido em sua superfície”. “Se eventualmente formos capazes de ver dentro dos asteroides, poderemos testar esta ideia. Talvez alguns asteroides sejam derretidos por dentro, e corpos como este planetesimal são realmente comuns”.
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