União Europeia e Reino Unido iniciam nesta segunda-feira (17) a segunda fase de negociações para o Brexit. O começo desta fase de conversas surge em um momento em que a relação entre os dois blocos políticos está cada vez mais tensa.
Brexit
-
17 julho, 2017 Começa a segunda fase de negociações do Brexit
Esta será a primeira ronda de negociações dedicada inteiramente a fixar os termos de saída do Reino Unido, uma vez que a primeira, celebrada no passado dia 19 de junho, serviu apenas para estabelecer o calendário e o método de trabalho dos negociadores, que, segundo o Observador, passarão a se reunir uma semana por mês em Bruxelas.
As prioridades nesta primeira etapa estão em acordar os direitos de que beneficiarão os cidadãos europeus no Reino Unido e os britânicos na União Europeia, resolver a situação da Irlanda do Norte, com o objetivo de evitar uma fronteira “estrita” com a República da Irlanda, e fechar o acordo sobre as obrigações financeiras do Reino Unido.
É precisamente este último ponto que tem criado mais divergências, com sucessivos avisos de parte a parte. Algumas estimativas apontam para valores na ordem dos 100 bilhões de euros, uma fatura que o Reino Unido não está disposto a pagar.
“As verbas que vi mencionadas me parecem extorsivas”, afirmou recentemente o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Boris Johnson, acrescentando que os responsáveis europeus “podem esperar sentados” se acham que os britânicos vão pagar esses valores.
A expressão de Boris Johnson, no original “go whistle” – expressão que traduzida ao pé da letra seria algo como “ficar assobiando” -, levou Michel Barnier, principal negociador da União Europeia para o Brexit, a responder com dureza: “Não estou ouvindo ninguém assobiar, apenas o tiquetaque do relógio“.
A troca de argumentos entre Boris Johnson e Michel Barnier surge praticamente na mesma altura em que o representante da cidade de Londres encarregado da pasta do Brexit, Jeremy Browne, enviou uma carta ao Governo britânico acusando os franceses de estarem “ativamente perturbando e querendo destruir” o centro financeiro londrino.
“Eles são cristalinos sobre seu objetivo final, que é enfraquecer o Reino Unido e promover a degradação da cidade de Londres”, escreveu Browne em uma carta que mereceu o eco de vários veículos de comunicação social britânicos.
// ZAP