O atual governo da Nova Zelândia, comandado por Jacinda Ardern, está vivendo a chamada “lua de mel”.
Com alta popularidade, a gestão da socialista à frente da administração federal que melhor atua no combate à pandemia no mundo está colocando em pauta medidas polêmicas e aproveitando o momento para avançar em questões progressistas.
Geração sem tabaco
Depois da legalização do aborto e da institucionalização de uma licença pós-aborto espontâneo para pais e mães, a gestão de Ardern agora tem um novo inimigo: o tabagismo.
O plano Smokefree 2025 (2025 livre da fumaça) busca aumentar gradualmente a idade mínima para consumo de cigarro e pretende tornar o produto ilegal até 2025. A ideia é que, até lá, nascidos em 2004 (que terão 19 anos à época) nunca tenham a oportunidade de fumar cigarros para que seja possível criar uma geração livre da nicotina.
O governo também pretende reduzir em até 95% a nicotina presente nos cigarros. A ideia de Jacinda Ardern é minimizar a chance de novos viciados e ajudar os atuais fumantes na cura da adicção.
Segundo o governo neozelandês, 4.500 cidadãos do arquipélago morrem em decorrência do tabagismo todos os anos. Outra consequência grave do consumo de cigarros nas ilhas está na desigualdade social: são os maoris os principais consumidores de cigarro e são eles também as principais vítimas do tabagismo na Nova Zelândia.
Boa parte das críticas ao novo projeto do governo Ardern se dão justamente no proibicionismo do projeto. Críticos da proposta acreditam que a lei criará um mercado ilegal de tabaco e que isso pode marginalizar comunidades maoris. Além disso, há a preocupação com pequenos estabelecimentos que subsistem da venda de produtos derivados do tabaco.
“Por muito tempo a indústria do tabaco tem viciado o nosso povo e enriquecendo em cima de nossos túmulos cavados com nosso suor nessa terra. Devemos dar um fim ao tabaco nesse canto do mundo”, afirmou a ativista Shane Kawenata Bradbrook, que defende o fim do tabagismo entre os maoris.
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