Astrônomos da Rússia e da Europa descobriram sob que condições se formam os planetas semelhantes à Terra ou às suas sósias maiores. E, segundo acreditam, a descoberta facilitará a procura de mundos potencialmente habitados.
Nos últimos anos, contam os cientistas, o telescópio Kepler e outros observatórios detectaram milhares de planetas que se encontram fora do Sistema Solar. A maior parte deles são “Júpiteres quentes”, conhecidos por gigantes gasosos, ou “Superterras” — planetas rochosos, cuja massa supera entre 1,8 e 3 a da Terra.
A forma como estas “sósias” da Terra se formam continua, até os dias de hoje, um enigma para os cientistas. Os pesquisadores acreditavam que seu aparecimento necessitava de qualquer condição exótica.
De forma a desvendar o mistério, os cientistas criaram um modelo digital de disco protoplanetário, no qual se formam estrela e seus satélites futuros. Com esse modelo, os pesquisadores conseguiram finalmente descobrir as verdadeiras condições que contribuem para o nascimento desses planetas e dos seus irmãos de menor tamanho.
Ao mudarem a composição química dentro do disco, os astrônomos concluíram que, ao contrário do que se acreditava, a poeira e os planetas não se formam dentro de centenas de milhares ou milhões de anos após nascimento de uma estrela. Pelo contrário, os planetas aparecem imediatamente depois do aparecimento do “embrião” da estrela.
Em um primeiro momento, surge a poeira espacial que se junta em seguida, acabando por se converter em um “calhau espacial”. Então, se transforma em objetos maiores que podem, posteriormente, se converter em planetas, caso a viscosidade do disco protoplanetário continuar baixa.
Dessa forma, e já nas próximas centenas de milhares de anos, um grande número de “pedras espaciais” pode surgir nos arredores mais próximos. Diâmetros atingem dimensões maiores com o tempo e a massa total será centenas de vezes maior que a da Terra.
Assim, e segundo apontam os cientistas, há muitas oportunidades para que os planetas tenham tempo de se formar e não ser “devorados” por gigantes gasosos que nasceram em partes longínquas do disco. Consequentemente, caso consigam se formar, esses planetas vão se concentrar em órbitas nos arredores de uma estrela recém-nascida.
Os pesquisadores esperam que esses modelos possam ajudar a compreender a frequência com que se formam as “Superterras”, perto de estrelas semelhantes ao Sol, percebendo ainda quantas delas se situam dentro da zona habitável.
Os resultados da pesquisa foram publicados na biblioteca eletrônica da arXiv.org.