Executado publicamente pela primeira vez em 25 de outubro de 1916, no Rio de Janeiro, o samba Pelo Telefone completa neste ano 100 anos desde que foi gravado pela primeira vez. Especialistas o consideram o primeiro samba com as características que eternizaram o gênero musical.
Para celebrar a data, os Correios lançam nesta sexta-feira (23), um selo comemorativo em alusão à canção que Donga (Ernesto Joaquim Maria dos Santos) registrou na Biblioteca Nacional em novembro de 1916.
O selo custa R$ 1,80 nas agências dos Correios e na loja virtual da empresa. Ilustrado pelo artista Daniel Effi (autor também da série Luta Contra o Tráfico de Pessoas e Copa do Mundo 2014 – Cidades-Sede), o bloco representa uma roda de samba com músicos e baianas reunidos em local que remete à tradicional Praça Onze, na cidade do Rio de Janeiro. A tiragem será de 90 mil blocos.
Para o jornalista e pesquisador Aloy Jupiara, do centro cultural Museu do Samba, a emissão do selo é o “reconhecimento do poder integrador do gênero musical e ressalta os valores e tradições das comunidades de sambistas que construíram o seu legado e movem a sua história rumo ao futuro”.
“No começo do século 20, o samba foi perseguido, assim como outras expressões populares. Foi tratado com preconceito e como caso de polícia. Depois, graças à resistência das comunidades e ao trabalho incessante de sambistas, passou a ser reconhecido como símbolo de identidade nacional, manifestação cultural e expressão de uma luta libertadora”, aponta Jupiara em texto sobre o centenário do samba e o significado da iniciativa dos Correios.
Desde 2007, o samba – nas variações partido-alto, samba de terreiro e samba-enredo – é reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como patrimônio cultural imaterial do Brasil.