A coluna Radar, da Veja, informa que a defesa de Eduardo Cunha avisou à PGR que ele, enfim, vai delatar – e complicar ainda mais a situação de Michel Temer.
Segundo a coluna Radar, da revista Veja, os advogados de Eduardo Cunha saíram da reunião com os procuradores dizendo que agora começarão a colher as informações que o ex-deputado tem para entregar.
Nas últimas semanas, Cunha havia sinalizado o interesse em delatar e havia dito que estava escrevendo os termos da sua delação “com papel e caneta”. A delação de Cunha deve complicar ainda mais a situação de Michel Temer.
Em outubro do ano passado, na semana em que foi preso, o antigo presidente da Câmara dos Deputados disse que ficará conhecido por derrubar dois presidentes do Brasil. Embora sua defesa na ocasião tenha negado, havia uma possibilidade muito grande de que o ex-deputado fizesse uma delação premiada – o que lançou o pânico entre muitos políticos.
A frase de efeito foi dita pelo ex-presidente da Câmara a um interlocutor, que teria saído apavorado de uma conversa recente com o peemedebista. Oficialmente, porém, Cunha negou essa intenção e diz que “não praticou crime nenhum e não tem o que delatar“.
Mas um dia antes de ser preso pela Polícia Federal, o ex-deputado disse que estava disposto a delatar todos os “traidores”. É assim que ele chama o grupo de políticos que participou de esquemas de corrupção, que estava a seu lado e depois o abandonou.
Eduardo Cunha era presidente da Câmara quando decidiu abrir o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Foi ele quem conduziu a sessão de votação da admissibilidade do impedimento em plenário, em que votou contra a petista e disse: “Deus tenha misericórdia da Nação”.