Desta vez, o cenário se inverte e é a realidade que imita a ficção. Inspirado no filme “Três anúncios para um crime”, o grupo britânico Justice 4 Grenfell alugou três vans para pedir a prisão de quem iniciou o incêndio na Grenfell Tower, que matou 71 pessoas no ano passado.
“71 mortos“, “e ainda nenhuma prisão?” e “como pode ser?” – eram as mensagens que se podiam ler nos cartazes que percorreram as ruas da cidade de Londres em cima de vans, em uma imitação do filme protagonizado por Frances McDormand.
No filme “Três anúncios para um crime”, conta o Observador, o personagem de McDormand, Mildred Hayes, aluga três cartazes à entrada de Ebbing, a cidade onde vive, para protestar contra a ausência de detenções no seguimento do estupro e homicídio da filha.
O grupo que organizou o protesto em Londres se chama Justice 4 Grenfell e é composto por familiares das vítimas e sobreviventes do incêndio. Embora a polícia britânica tenha aberto uma investigação criminal logo após o acontecido, ainda não existem suspeitos para o que aconteceu.
Um dos principais objetivos da investigação é apurar a utilização de um revestimento inflamável na remodelação da torre, revestimento esse que pode ter propagado as chamas e aumentado a dimensão do fogo.
De acordo com a CNN, as vans percorreram as ruas de Londres até pararem em frente ao local onde a tragédia aconteceu. Em seu site, o grupo responsável pelo protesto compartilhou um comunicado, informando que, oito meses depois, “o assunto é ignorado”.
“Estes três cartazes estão aqui para manter a tragédia na consciência nacional, para fazer com que nossas vozes sejam ouvidas. E nossas vozes pedem uma mudança em um sistema que mata. E nossas vozes exigem justiça para Grenfell”, escreveu o grupo ativista Justice 4 Grenfell.
Segundo um relatório do governo britânico, de 395 lares destruídos pelo incêndio, 300 famílias vivem em hotéis, 75 em casas alugadas, nove com família ou amigos de forma temporária e apenas 11 já encontraram um local permanente para viver.
A Grenfell Tower, localizada na capital britânica, com 120 apartamentos e entre 400 e 600 moradores, queimou por completo no incêndio que matou 71 pessoas.
Ciberia // ZAP