O médico Denis Furtado, conhecido como Doutor Bumbum, e sua mãe, Maria de Fátima Furtado, seguiram ao presídio José Frederico Marques, em Benfica, nesta sexta-feira (20). No entanto, a dupla também já foi suspeita de outro homicídio, em 1997, quando o namorado da mãe de Furtado foi assassinado a tiro.
Segundo a delegada titular, Adriana Belém, eles prestaram depoimento durante toda a noite com objetivo de esclarecer pontos sobre a morte da bancária Lilian Calixto, ocorrida no último fim de semana.
Ambos foram presos na tarde de quinta-feira (19), pela Polícia Militar (PM), quando estavam no escritório de seu advogado, Marcus Braga, em um conjunto comercial na Barra. Segundo a delegada, já havia sido combinado com a defesa a entrega dos dois na delegacia, mas a PM acabou se antecipando e efetuando a prisão.
Durante coletiva de imprensa, realizada na própria delegacia, Denis Furtado alegou que Lilian saiu da mesa de procedimentos lúcida e caminhando, mas que começou a se sentir mal e foi encaminhada, por ele, ao Hospital Barra D´Or. O médico disse que não sabia dizer o que ocorreu com a paciente, depois que ela entrou no hospital.
Hospital
Em nota à imprensa, o hospital afirmou que prestou adequado atendimento a Lilian e que acionou as autoridades que apuram o fato.
“A paciente deu entrada na emergência do hospital, no dia 14, por volta das 23h, em quadro extremamente grave, não responsivo às manobras de recuperação e foi a óbito à 1h, do dia 15. Em momento algum houve impedimento ao acesso de qualquer profissional, familiar ou acompanhante – respeitando as regras internas da unidade. O hospital ressalta ainda que o acompanhamento de pacientes por seus médicos assistentes é uma rotina”, disse o hospital.
O médico disse aos jornalistas que não pôde acompanhar sua paciente nem o tratamento dispensado a ela durante a internação no Barra D´Or.
Outro homicídio
Entretanto, esta não é a primeira vez que o Dr. Bumbum e sua mãe são suspeitos de homicídio. Segundo um inquérito analisado pelo G1, um detetive pediu o indiciamento da dupla pela morte do então companheiro dela, José Roberto Camillo Monteiro, em 1997.
De acordo com o portal, apesar dos indícios, a investigação não seguiu em frente. No Tribunal de Justiça do Estado do Rio, o processo consta como arquivado, a pedido do Ministério Público, em 4 de agosto de 2017, mais de 20 anos após o assassinato – prazo em que o crime prescreve.
O assassinato teria acontecido em 12 de março daquele ano, em uma casa no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. José Roberto foi encontrado com um tiro na cabeça, deitado na cama do quarto que dividia com a mãe de Denis Furtado.
Denis, que tinha 24 anos na época, e um filho de José Roberto com outra mulher também moravam na residência.
Segundo apuração do G1, no documento, o detetive policial José Carlos Faria da Costa constata contradições nos depoimentos de Denis e Maria de Fátima, e pede o indiciamento dos dois pelo homicídio. O texto é assinado mais de dois anos após o crime, em 27 de outubro de 1999.
Ciberia // Agência Brasil