Os separatistas conseguiram conquistar 70 dos 135 assentos no Parlamento catalão. Os votos são dos três partidos independentistas: o Juntsxcat (Juntos pela Catalunha), a ERC (Esquerda Republicana) e o partido de extrema-esquerda CUP (Candidatura de Unidade Popular).
O partido mais votado foi o Ciudadanos, que é contra a independência e, sozinho, conquistou 37 assentos no Parlamento. No entanto, Inés Arrimada, a jovem líder do Ciudadanos, como não conquistou maioria, não poderá ser indicada à presidência da Catalunha.
De acordo com o blog do Helio Gurovitz, colunista do portal de notícias da Globo, o resultado não deixa outra opção ao primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, senão negociar com os separatistas.
Segundo Gurovitz, a eleição não põe fim ao separatismo, pelo contrário: os argumentos usados contra o movimento de secessão saem enfraquecidos. Primeiro, o referendo de outubro foi considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional da Espanha, enquanto a votação desta quinta-feira (21) foi convocada pelo governo espanhol. Segundo, apenas 43% dos eleitores votaram no referendo, enquanto 82% – um recorde – foram ontem às urnas.
Puigdemont: maioria “pede novo referendo”
O ex-presidente da Generalitat, Carles Puigdemont, considerou a eleição na Catalunha mostrou “uma maioria de votos e de deputados eleitos que pede um novo referendo”.
Carles Puigdemont, que falava em Bruxelas num palco em que se lia “Generalitat da Catalunha. Governo legítimo”, justificou a realização de um novo referendo com a eleição de 57 deputados contra a consulta e 78 a favor.
O ex-presidente da Generalitat se referia à soma dos eleitos do seu partido Junts per Catalunya (34 deputados) aos da Esquerda Republicana Catalã (32), Candidatura de Unidade Popular (quatro) e CatComú-Podem (oito).
“Hoje, há muitos que têm de entender que a maioria absoluta independentista continua intacta”, disse.
Ao se dirigir ao chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, Carles Puigdemont exigiu ainda que “amanhã mesmo” seja anulado o artigo 155º da Constituição, que suspendeu a autonomia catalã. “A partir de amanhã mesmo o 155 deve ser suspenso, os presos políticos devem ser libertados, senhor Rajoy”, frisou.
Ciberia // ZAP