Uma equipe internacional de cientistas criou vários embriões híbridos de rinocerontes, a experiência faz parte de uma tentativa científica para salvar um dos mamíferos mais ameaçados do mundo.
Os embriões híbridos, que agora se encontram congelados, contêm DNA dos rinocerontes-brancos do norte, vítima da caça furtiva e um dos mamíferos mais ameaçados do planeta, e de rinocerontes-brancos do sul, uma subespécie semelhante.
Os pesquisadores planejam agora implantar os embriões em animais vivos para que, depois de 16 meses de gravidez, possam dar à luz um primeiro filhote. Os resultados da pesquisa foram publicados, semana passada, na Nature Communications.
As únicas fêmeas dessa espécie tão ameaçada se chamam Najin e Fatu, vivem na reserva de OI Pejeta Conservacy, no Quênia, e são, respectivamente, a filha e a neta de Sudão, o último macho rinoceronte-branco do norte que morreu em março, no mesmo parque.
Na altura, os cientistas que acompanhavam o animal de 45 anos explicaram que a morte se relacionou com “complicações relacionadas com a idade“. Os músculos e ossos estavam se deteriorando e tinha desenvolvido extensos ferimentos na pele.
Apesar da morte de Sudão, que procriou com duas fêmeas e era considerado um grande embaixador da espécie, os cuidadores conseguiram recolher seu esperma. No entanto, conseguir uma gravidez que decorra sem problemas será um grande desafio.
Najin tem lesões nas patas que dificultariam uma eventual gravidez e Fatu tem problemas de fertilidade, que impedem os embriões de se implantarem no útero. Por isso, os embriões serão implantados nas fêmeas do rinoceronte-branco do sul, mas, caso os filhotes cheguem a nascer, ficarão sob o cuidado das familiares diretas de Sudão.
Para alcançar a pureza genética do rinoceronte-branco do norte, é necessário passar por várias etapas de reprodução e são supostos muitos riscos e altas probabilidades de fracasso. Porém, os cientistas estão animados com a ideia e por terem conseguido concluir “a primeira etapa essencial para salvar a subespécie”.
Ciberia // ZAP