Forças especiais dos EUA estão ajudando a Arábia Saudita na guerra que o reino árabe trava com rebeldes muçulmanos xiitas, na fronteira com o Iêmen. Uma intervenção que se desenrola com o maior dos secretismos, conforme revela o New York Times.
O Pentágono tem insistido que a intervenção militar, no âmbito da guerra entre a Arábia Saudita e os rebeldes hutis, se limita a operações de logística e de abastecimento de aeronaves, e o compartilhamento de informações. Mas o New York Times assegura que forças especiais dos EUA estão ajudando os sauditas nos combates.
Estes militares norte-americanos não estão atuando diretamente no Iêmen, estando localizados na fronteira do país com a Arábia Saudita. Seu papel é “ajudar a localizar e destruir esconderijos de mísseis balísticos” usados pelos rebeldes para atacar Ríade, a capital saudita, e outras cidades do reino, conforme nota o NYT.
O jornal destaca que os rebeldes “não representam ameaça direta para os Estados Unidos” e lembra que, “durante anos, o exército americano procurou se distanciar de uma guerra civil brutal no Iêmen”, que decorre desde 2014.
Naquele ano, as milícias hutis invadiram a capital do Iêmen, Saná, derrubando o presidente Abdrabbuh Mansour Hadi, que tinha chegado ao poder com o apoio da ONU e era visto pelos EUA como um aliado na luta contra o terrorismo.
Os rebeldes muçulmanos seguem uma corrente do islamismo conhecida por zaidismo, prevalente entre um terço da população do Iêmen. Eles assumiram o controle de vários territórios do país, mantendo confrontos com as forças do governo, mas também com outros grupos tribais e com militantes da Al-Qaeda.
Acredita-se que os hutis sejam financiados pelo Irã, grande rival da Arábia Saudita e dos EUA na região.
Os sauditas estão em guerra aberta com os hutis desde 2015, e sua intervenção no Iêmen chegou a ser criticada pela administração de Barack Obama, que impôs a interdição da venda de armas dos EUA aos sauditas.
Mas a chegada de Donald Trump à Casa Branca ditou uma reaproximação entre os EUA e a Arábia Saudita. Basta lembrar que a primeira visita oficial de Trump ao exterior, após ter sido eleito presidente, foi precisamente a Ríade.
Em março, após um encontro entre o Príncipe Regente Mohammed e Trump, o Departamento de Estado norte-americano aprovou a venda aos sauditas de 670 milhões de dólares em material militar, incluindo mísseis antitanque e helicópteros.
Ciberia // ZAP