O Facebook acaba de apresentar uma patente para um sistema que permitirá que a rede fotografe você sem sua permissão – e de acordo com alguns especialistas, eles têm todos os direitos legais para fazer isso.
O Facebook pediu a patente para um sistema que lhes permitiria adaptar a experiência do usuário, analisando as emoções dos usuários.
Usando a câmera frontal no laptop ou smartphone de uma pessoa, a plataforma usaria fotos temporárias do usuário para determinar sua reação emocional às histórias que vêem no site de redes sociais e ajustar o conteúdo de acordo.
A plataforma de mídia social aumentaria o conteúdo que as pessoas respondem de forma positiva e reduzem a frequência de conteúdo que eles respondem negativamente.
Mesmo que já haja tecnologia no lugar para filtrar o feed de notícias de um usuário, tomando nota de quais páginas não são seguidas e outros fatores, o novo sistema ajudaria na automação do processo.
Um porta-voz do Facebook explicou ao The Independent que a apresentação de uma patente não significa necessariamente que a tecnologia será lançada. “Muitas vezes procuramos patentes para a tecnologia que nunca implementamos e as patentes não devem ser tomadas como indicação de planos futuros”, disse.
Embora inovador, o uso de “dados de imagem passiva” coloca o Facebook em uma espécie de área cinzenta das relações públicas e da ética.
A empresa já enfrentou críticas para a segmentação de anúncios para usuários adolescentes com base em seus comentários e por produzir anúncios para determinadas condições médicas alegadamente usando histórico de busca dos usuários.
Também foi revelado em 2014 que o site realizou um experimento para ver se poderia manipular as emoções dos usuários, ajustando o feed de 700 mil usuários. À época, a rede social admitiu que “não conseguiu comunicar claramente o porquê e como nós fizemos” a pesquisa.
Houve algumas especulações sobre se o Facebook poderia enfrentar ações legais por causa da tecnologia, mas especialistas legais dizem que os regulamentos de usuários estabelecidos pela empresa podem impedir isso.
O professor de direito da Universidade de Maryland, James Grimmelmann, conversou com o International Business Times.
“Eu acho que seria muito difícil para alguém processar o Facebook com sucesso. Alguns advogados podem tentar com a esperança de negociar um acordo em dinheiro, mas o obstáculo são os próprios termos de serviço, que dizem claramente que a rede social pode usar dados para pesquisas e não promete um feed imparcial”, afirmou o advogado.
Em sua Política de Uso de Dados, o Facebook reserva o direito de usar dados para “para operações internas, incluindo solução de problemas, análise de dados, testes, pesquisa e melhoria de serviço”.
// Sputnik News / IBT