Uma caverna enorme foi descoberta e, apesar da escala, os pesquisadores sugerem que nunca foi vista por humanos antes. Apelidada de “Sarlacc Pit”, a caverna gigante – escondida no terreno acidentado do Wells Gray Provincial Park, na Colúmbia Britânica – é inacreditável, segundo os exploradores.
“A minha reação imediata foi de que era impossível haver uma caverna ali”, disse a geocientista Catherine Hickson, que realizou uma expedição ao local em setembro. “É enorme. Quando a vimos pela primeira vez, nos engasgamos porque é um enorme buraco no chão”.
A caverna gigante foi vista pela primeira vez de helicóptero em abril, durante um voo de contagem de renas – uma descoberta que os pesquisadores descrevem como “uma caverna com significado nacional. Uma grande descoberta no oeste do Canadá”.
O mais notável é que esse vazio gigante conseguiu escapar da detecção – resultado aparentemente improvável para uma boca cavernosa que mede cerca de 100 metros de comprimento por 60 metros de largura.
Quem for suficientemente ousado para se aproximar do perímetro da caverna e olhar para o abismo – como o topógrafo e espeleólogo John Pollack fez durante a expedição de setembro – o verdadeiro tamanho da caverna se torna aparente. “Estive em algumas das maiores cavernas do mundo, e essa tem uma entrada que é realmente imensa, e não apenas pelos padrões canadenses”, disse Pollack.
“Quando se está parado na entrada, a olhar para baixo, a linha de visão é de quase 183 metros. Não se tem linhas de visão de 183 metros em cavernas canadenses. A escala dessa caverna é enorme e a maior no Canadá“.
De acordo com Hickson – cuja empresa financiou a expedição inicial – o local no Parque Provincial Wells Gray onde a caverna está localizada teria estado enterrada na neve durante todo o ano, talvez entre 20 e 50 anos atrás.
Por causa disso, e da sua posição extremamente remota e de difícil acesso – a pesquisadora supõe que, provavelmente, no início deste ano teria sido a primeira vez que os humanos puseram os olhos na caverna gigante.
Para descobrir mais sobre a caverna e sua história, a equipe consulta as comunidades locais para ver se o local existe dentro dos registros indígenas. Parece não haver nenhuma menção em nenhum lugar que os cientistas tenham verificado – algo que faz a hipótese da cobertura de neve parecer mais uma aposta certa.
“A entrada é suficientemente notável para que a tentativa de descida tenha sido descrita por montanhistas, espeleólogos ou funcionários do parque se tivesse sido encontrada nos últimos 40 ou 50 anos”, disse Pollack. “Não existe esse relato em literatura sobre cavernas ou montanhismo”.
Os pesquisadores estimam que o aumento constante do derretimento de gelo – até 15 metros cúbicos de água por segundo, que percorre um dos lados da abertura da caverna – ajudou a formar a estrutura natural. Essa cascata se tornou um rio subterrâneo que emerge a cerca de dois quilômetros de distância.
“Mesmo hoje em dia, quando pensamos que sabemos tudo e exploramos todos os lugares, podemos nos surpreender“, disse Hickson.
A localização exata da caverna não foi revelada, em uma tentativa de ajudar a proteger o ambiente natural. Pesquisas futuras – planejadas para uma expedição maior prevista para 2020 – poderão confirmar mais detalhes sobre a caverna.
Ciberia // ZAP