A família da bebê Maria Louize, de 8 meses, que morreu depois de ser atropelada no calçadão da Praia de Copacabana, na quinta-feira (18), entrará com ação na Justiça pedindo que o motorista do carro pague uma indenização e os custos do tratamento da mãe da menina – uma das 18 vítimas do acidente.
A mãe da menina, Niedja da Silva Araújo, escapou da morte, mas teve fraturas pelo corpo e está em uma cadeira de rodas. Até hoje, Niedja não pôde voltar para a própria casa, na Ladeira dos Tabajaras, uma favela na zona sul, de difícil acesso.
A informação foi dada pelo advogado da família, Carlos Alberto Nascimento, à TV Brasil, durante o enterro da bebê, no Cemitério São João Batista, na zona sul.
“A princípio, entraremos com uma medida cautelar para que o causador do acidente custeie o tratamento e a sobrevivência da mãe da criança, que ele machucou também”, afirmou Nascimento. “Ela está desempregada, não tem condições de se tratar, de comprar medicamentos, de sobreviver, o pai é freelancer, não tem um trabalho fixo”, completou.
Segundo o advogado, até agora, nem o motorista do carro que matou Maria Louize nem a família dele prestaram auxílio ou solidariedade pela morte da menina. “Ele não mandou uma mensagem, nada, ele não nos procurou”, disse.
Carlos Alberto Nascimento também pretende acompanhar o inquérito aberto pela Polícia Civil para investigar o caso. Ele defende que o motorista seja processado por dolo eventual, no qual o autor assume o risco de matar.
“Acho que foi, inclusive, um equívoco da polícia não ter prendido o autor do fato em flagrante. Um carro que estava em alta velocidade – não estava em velocidade normal, o carro ficou totalmente destruído – uma menina faleceu, outra vítima está em estado grave no hospital, pessoas acidentadas, um motorista que estava com a carteira vencida“.
“Ele omitiu a informação que era portador de epilepsia, provavelmente, não conseguiria tirar a carteira, ele mentiu desde o início”, concluiu o advogado.
A 12º Delegacia de Polícia, que investiga o ocorrido, indiciou Antônio de Almeida Anaquim por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, uma vez que o motorista afirma ter sofrido ataque epiléptico enquanto dirigia, na pista ao lado do calçadão.
No entanto, ele negou ao Detran que sofresse da doença em um questionário de 2015, quando renovou a habilitação. Na época, já havia contra Anaquim um processo de suspensão da carteira.