O chefe do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, foi considerado inabilitado para ocupar cargos públicos durante 15 anos por suposta corrupção, anunciou nesta quinta-feira a Controladoria Geral da Venezuela. O líder da oposição se autoproclamou presidente interino no começo de 2019.
A Controladoria Geral da Venezuela anunciou que vai “desativar o exercício de qualquer cargo público pelo prazo máximo estabelecido na lei”, declarou o controlador do governo, Elvis Amoroso, por meio da televisão estatal.
Em reação imediata, Juan Guaidó declarou que rejeita a decisão. “Ele não é um controlador. E não existe nenhuma sanção”, disse o opositor, reconhecido como presidente interino da Venezuela por cinquenta países.
Segundo Amoroso, em suas declarações patrimoniais, o chefe do parlamento não justifica gastos feitos no país e fora do território, com recursos supostamente vindos do exterior. “Ele fez mais de 91 viagens internacionais com um custo que ultrapassa 310 milhões de bolívares (cerca de US$ 94 mil), sem justificar a fonte de renda”, afirmou o controlador. Amoroso também lembrou que, desde que assumiu o cargo de deputado, em 2016, Guaidó “ficou mais de 248 dias” ausente.
Suspeita de corrupção
A Controladoria Geral havia anunciado no dia 11 de fevereiro a abertura de uma investigação contra o opositor por receber financiamento internacional, o que caracterizaria um ato de corrupção.
O Ministério Público foi acionado, além de um órgão fiscal, para inspecionar os hotéis onde Guaidó se hospedou na Venezuela. O líder da oposição também é acusado de “esconder ou falsificar dados contidos em sua declaração de patrimônio”.
Responsável por monitorar a conduta dos servidores do Estado na Venezuela, a Controladoria tem o poder de aplicar sanções como multas ou torná-los inabilitados para o cargo.
Personalidades da oposição, como o ex-candidato presidencial Henrique Capriles, foram submetidos a medidas semelhantes, o que os impediu de concorrer a cargos depois de eleitos.
// RFI