Opositor anuncia regresso ao país, pede que população saia às ruas “com mais força” e diz que tentativa de detê-lo será “um dos últimos erros” de Maduro. EUA ameaçam com “resposta forte” em caso de ataque contra Guaidó.
Numa mensagem em vídeo divulgada na noite de domingo nas redes sociais, o líder oposicionista Juan Guaidó pediu para a população de seu país sair às ruas “com muito mais força”, apesar dos riscos.
“Se o regime tentar me sequestrar, der um golpe de Estado, já deixamos os passos a seguir, primeiro com a mobilização”, disse. “E caso se atreva, será um dos últimos erros que cometerá”. Ele prometeu participar pessoalmente dos protestos na Venezuela, convocados para esta segunda (04/03) e terça-feira.
Reconhecido por mais de 50 nações como presidente interino da Venezuela, Guaidó, de 35 anos, encerrou uma turnê iniciada em 22 de fevereiro, que passou por Colômbia, Paraguai, Argentina, Equador e Brasil, onde se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro.
Ele deixou a Venezuela em 22 de fevereiro, quando viajou à Colômbia para participar da tentativa de entrega de ajuda humanitária a seu país por vias terrestres, que acabou sendo frustrada pelas forças do regime de Maduro.
O presidente venezuelano ameaçou prender Guaidó se ele retornasse ao país, acusando-o de ter desrespeitado uma proibição judicial de deixar a Venezuela. Devido à ameaça, o retorno do oposicionista tem sido visto com preocupação por observadores internacionais.
O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, advertiu, em mensagem no Twitter que seu país e a comunidade internacional lançarão uma “resposta forte e significativa” contra “quaisquer ameaças ou atos contra o retorno seguro” de Guaidó.
Moscou garantiu que fará “tudo que estiver a seu alcance” para impedir uma intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela. A afirmação foi feita pela presidente do Conselho da Federação, a câmara alta do Parlamento da Rússia, Valentina Matvienko, durante encontro com a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez.
Neste domingo, aumentou para sete o número de mortos nos confrontos dos dias 22 e 23 de fevereiro, quando manifestantes tentaram manter a fronteira da Venezuela aberta para a entrada de ajuda humanitária ao país.
// DW