Quando pensamos no impacto da ação humana sobre o meio ambiente, normalmente nos referimos à poluição das indústrias, à extração e o consumo de combustível fóssil, ao despejo de lixo nos oceanos e outros grandes gestos – a verdade, porém, é que mesmo as menores ações podem ser poluentes, e até mesmo nosso comportamento online impacta a natureza e a saúde do planeta.
Sim, engana-se quem pensa que a internet é feita de vento: ela também consome energia, exige servidores e datacenters, e ajuda a ampliar a emissão de gases poluentes no planeta através das mensagens que enviamos, das músicas que ouvimos, das buscas que realizamos, e mais.
O ponto inicial da poluição provocada pelo uso da internet é mesmo o consumo de energia que cada uma dessas atividades exige: são alguns gramas de dióxido de carbono emitidos para rodas os dispositivos e fazer funcionar as redes sem fio.
Individualmente a quantidade é irrisória, mas o irrelevante se torna impactante quando posto à proporção da população mundial: atualmente cerca de 53,6% da população mundial está conectada, equivalente a 4,1 bilhão de pessoas transformando esses diminutos consumos de energia em gases do efeito estufa.
A isso se soma o consumo de energia dos servidores e datacenters que armazenam, processam e distribuem todo o conteúdo disponível na internet, e o que temos é um exemplo grandioso do tal impacto da ação humana sobre a natureza.
O carbono oriundo dos dispositivos, pelo uso da internet e dos sistemas de suporte da rede representam 3,7% das emissões de gases do efeito estufa em escala global. Trata-se do mesmo impacto produzido pela indústria da aviação, e a estimativa é que até 2025 as emissões da internet dobrem – num cálculo rápido, cada um de nós é responsável por 400g anuais de dióxido de carbono do 1,7 bilhão de toneladas estimada pela operação de tecnologias digitais. Algumas empresas vem alimentando seus datacenters com energia renovável, mas há muito que pode ser feito, inclusive em nível individual.
Trocar os aparelhos com menos frequência, utilizando cada um por mais tempo, já é uma mudança importante para reduzir a pegada de carbono digital, já que a fabricação e transporte dos smartphones e outros gadgets representam uma alta quantidade de emissão.
Mas mesmo no uso é possível reduzir o impacto: se um único e-mail pode representar 4g de CO2, evitar envios desnecessários se torna medida relevante. O mesmo vale para o envio de e-mails para vários endereços simultaneamente, ou trocar por um SMS também reduz o impacto. A mesma lógica se aplica de modo geral para o envio de mensagens pelo Whatsapp, e reduzir o uso de vídeos, áudios, músicas e mais pode também fazer toda diferença, em escala global, para a saúde do planeta.
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