O presidente dos Estados Unidos reconheceu, nesta quarta-feira (6), Jerusalém como a capital de Israel, afirmando que “há muito tempo que já deveria ter sido tomada” esta decisão.
O anúncio de Donald Trump representa uma ruptura com décadas de neutralidade da diplomacia norte-americana na questão israelo-palestina.
O presidente dos EUA também anunciou, como já era esperado, que dará ordens ao Departamento de Estado para mudar a embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém.
No discurso, o presidente norte-americano disse que continua defendendo uma solução de “dois Estados” naquela região – Palestina e Israel – e disse que “fará tudo para promover uma solução pacífica”.
Trump apelou à “calma” e à “tolerância” e indicou que seu vice-presidente, Mike Pence, se desloca ao Oriente Médio “nos próximos dias”.
“Hoje apelamos à calma, à moderação, e que as vozes da tolerância se sobreponham a quem propaga o ódio”, declarou o presidente dos EUA.
Os Estados Unidos se transformam assim no único país do mundo a reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.
A comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como capital de Israel, nem a anexação da parte oriental da cidade, conquistada em 1967.
Israel considera a Cidade Santa sua capital “eterna e reunificada”, mas os palestinos defendem pelo contrário que Jerusalém-leste deve ser a capital do Estado palestino, em uma das principais diferenças que opõem as duas partes em conflito.
Os países com representação diplomática em Israel têm as embaixadas em Tel Aviv, em conformidade com o princípio, consagrado em resoluções das Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelenses e palestinos.
Uma lei norte-americana de 1995 solicitava a Washington a mudança da embaixada para Jerusalém, mas a medida nunca foi aplicada, porque os presidentes Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama adiaram a implementação, a cada seis meses, com base em “interesses nacionais”.
Trump disse, a propósito desse adiamento, que “velhos problemas exigem soluções novas”.
Ciberia // ZAP