Um casal palestino escolheu para os seus três gêmeos recém-nascidos os nomes de “Jerusalém”, “Capital” e “Palestina”, com o objetivo de criticar o reconhecimento de Jerusalém como capital israelense por Donald Trump. Mas, diz a mãe, na região a falta de fraldas e leite são problemas muito maiores.
Há muitas formas de expressar discordância com um anúncio político que se considera errado. Na Faixa de Gaza, um casal deu aos seus trigêmeos os nomes de “Jerusalém”, “Capital” e “Palestina”, em protesto contra a decisão norte-americana de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.
“Graças a Deus, tive trigêmeos e pudemos responder à decisão do presidente norte-americano Donald Trump”, disse Islam al-Sukili, de 25 anos, a mãe dos meninos Jerusalém e Palestina, e da menina Capital. Segundo a Deutsche Welle, a família palestina vive em Khan Yunes, no sul de Gaza.
Os bebês nasceram duas semanas após o anúncio de Trump, no dia 6 de dezembro de 2017, data em que os Estados Unidos reconheceram Jerusalém como a capital de Israel. A iniciativa unilateral e inesperada da diplomacia americana provocou a ira dos palestinos, que reivindicam Jerusalém Oriental como a capital do Estado que almejam.
Israel, que considera Jerusalém sua capital indivisível, ocupou a zona oriental em 1967 e a anexou em 1980. Parte da comunidade internacional condena como ilegal a anexação de Jerusalém Oriental, e defende que o estatuto final da cidade, considerada santa pelas religiões judaica, cristã e islâmica, seja estabelecido em negociações entre israelenses e palestinos.
“A decisão de Trump não tem qualquer valor, Jerusalém é a nossa capital eterna”, declara o pai dos trigêmeos, Nidal Sukili, de 30 anos, que está desempregado. Mas enquanto isso, em um território atingido por guerras e pela pobreza, alvo de bloqueios por parte de Israel e do Egito, o problema “são as fraldas e o leite”, diz a mãe.
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