A partir do dia 1º de janeiro de 2021, ninguém poderá usar protetores solares que contenham oxibenzona e octinoxato no Havaí, uma medida que tem como objetivo proteger os corais da região.
O Havaí se tornou o primeiro estado norte-americano a proibir a venda e a distribuição de protetores solares que tenham na sua composição substâncias químicas prejudiciais aos recifes de coral. Na terça-feira (3), David Ige, governador do Havaí, promulgou uma lei, aprovada em maio, e que entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 2021.
Presentes em cerca de 70% dos protetores solares nos EUA, o oxibenzona e o metoxicinamato de octila são os dois compostos que põem em risco a sobrevivência dos corais.
A lei, que não só retira os protetores solares dos supermercados como limita a sua utilização apenas aos casos em que houver receita médica, deixa claro que esses químicos têm impactos prejudiciais significativos no ambiente marinho e nos ecossistemas do Havaí, chegando aos oceanos através dos banhos e do escoamento de esgotos.
Segundo o Público, a medida causou reações negativas por parte de várias associações empresariais e representantes da área da saúde, que alertam para o risco da haver uma elevada redução do uso de protetor solar, sobretudo se não houver uma alternativa viável e barata aos produtos retirados do mercado.
Mas a indústria cosmética e farmacêutica fica em primeiro lugar no pódio das reações negativas à lei.
A Bayer diz em comunicado que “eliminar o uso de protetores solares considerados seguros e eficazes pela FDA, com uma longa história de consumo, não só restringe a escolha do consumidor, como também vai contra os esforços de prevenção do câncer da pele”.
A alternativa aos protetores solares banidos são produtos biodegradáveis com compostos minerais, como óxido de zinco e dióxido de titânio. Os protetores minerais absorvem os raios solares, em vez de refletirem a luz e atuarem como uma barreira física.
Apesar disso, não está ainda cientificamente provada a possibilidade de as nanopartículas minerais serem também prejudiciais para o ambiente.
Ainda assim, os legisladores havaianos recordam que os recifes do Havaí estão sob ameaça, com cientistas documentando elevados níveis de branqueamento dos corais.
De acordo com o Diário de Notícias, no ano passado, os pesquisadores descobriram que 56% dos corais da Ilha Grande já estavam esbranquiçados, assim como 44% dos corais de West Maui e 32% dos recifes de Oahu.
Ciberia // ZAP