O carismático fundador da revista Playboy, Hugh Hefner, morreu na quarta-feira (27), aos 91 anos, em sua casa, a Mansão Playboy, em Los Angeles (Estados Unidos), de acordo com informações de sua empresa.
Hefner morreu de causas naturais, disse a Playboy Enterprise, a empresa matriz do império Playboy. Além disso, a conta do Twitter da Playboy publicou uma foto de Hefner e destacou uma das suas entrevistas: “A vida é muito curta para viver o sonho de outra pessoa”.
Nascido em Chicago, em 1926, Hefner fundou a Playboy em 1953, depois que os diretores da revista Esquire negaram um aumento de US$ 5 em seu salário.
A protagonista do primeiro número de Playboy, em 1953, foi a diva Marilyn Monroe, com uma foto de capa, na qual apareceu vestida, mas completamente nua em uma cama de veludo vermelho nas páginas interiores.
Playboy, famosa pelo “coelho” que a representa, nasceu como um desafio aos conservadores códigos morais que regiam os EUA, naquele momento.
“Quando Hef (Hugh Hefner) criou a Playboy, ele fez isso para defender a liberdade pessoal e sexual em um momento que os Estados Unidos eram dolorosamente conservadores. A nudez desempenhou um papel no debate sobre nossas liberdades sexuais“, afirmou a equipe da Playboy, em comunicado há dois anos, após anúncio de que abandonaria os nus.
Sob a direção de Hefner, Playboy seguiu transgredindo com a presença da primeira negra, Darine Stern, na capa de outubro de 1971; ou quando, em novembro de 1975, mostrou a modelo Patricia Margot McClain a ponto de se masturbar em um cinema.
Ao longo dos anos, no entanto, a Playboy foi perdendo o seu caráter provocador, já que o país também deixava para trás grande parte dos seus tabus sexuais e sua puritana sensibilidade.
Playboy também foi famosa pelas suas entrevistas com personagens, como o falecido líder cubano Fidel Castro; o presidente sandinista da Nicarágua, Daniel Ortega, durante seu confronto com Ronald Reagan em 1983; e Martin Luther King, depois de receber o Nobel da Paz.
Em suas páginas, além disso, Gabriel García Márquez publicou o conto: “Afogado Mais Bonito do Mundo”, em 1971, e Hunter Thompson avançou, em 1983, parte de seu livro “A maldição de Lono”.
Conhecido pelas suas festas selvagens cheias de “coelhinhas” na Mansão Playboy e sua vida extravagante rodeada de mulheres bem mais jovens que ele, Hefner admitiu uma vez que durante algum tempo manteve relações com 11 das 12 “coelhinhas” das capas de cada ano.
Hefner costumava ter várias namoradas ao mesmo tempo e algumas se instalavam na Mansão Playboy, como as gêmeas Kristina e Karissa Shannon, com as quais o fundador da Playboy manteve uma relação em 2008 quando apenas tinham 18 anos e ele já passava dos 80.
O fundador da Playboy se casou três vezes e teve quatro filhos, uma delas, Christie, assumiu o império decadente de seu pai, no início dos anos 1980, disposta a eliminar os negócios ruins da empresa.
Hefner se casou por primeira vez em 1949 com Mildred Williams, com a qual teve dois filhos, e se divorciou dez anos depois.
Após três décadas com um estilo de vida desenfreado, em 1989 voltou a se casar, desta vez com a “coelhinha” da Playboy daquele ano, Kimberley Conrad, 36 anos mais jovem que ele, com a qual teve outros dois filhos e de quem se separou em 1998.
A sua última esposa foi Crystal Harris, “coelhinha” da Playboy em dezembro de 2009. Ela tinha 26 anos e ele 86 quando se casaram, em 2012.
Em 1970, Hefner adquiriu a Mansão Playboy, localizada nas colinas de Holmby Hills, em Los Angeles, propriedade que foi vendida no ano passado, por US$ 100 milhões, a Daren Metropoulos, mesmo que tenha vivido nela até sua morte.
Ciberia // EFE