Morreu neste domingo (25), aos 53 anos, o cantor britânico George Michael, informou seu assessor de imprensa à BBC. Ele não deixa filhos.
A polícia de Goring, em Oxfordshire, afirmou que não há quaisquer suspeitas de crime. Serviços de emergência confirmaram que uma ambulância prestou atendimento no local.
“É com grande tristeza que informo que nosso amado filho, irmão e amigo George morreu pacificamente em sua casa durante o Natal”, diz o comunicado de seu agente, citado pela BBC.
No final de 2011, o cantor ficou várias semanas internado em um hospital de Viena por conta de uma grave pneumonia que pôs em perigo sua vida e que lhe obrigou a suspender sua turnê mundial.
Em 2014, ele foi atendido por duas ambulâncias em sua mansão do norte de Londres depois que um amigo acionou os serviços de emergência por motivo não revelado.
Nascido Georgios Kyriacos Panayiotou, filho de uma britânica e um imigrante cipriota grego, seu envolvimento com a música começou na adolescência, quando fazia bicos como DJ no interior da Inglaterra.
Em cinco anos, a dupla emplacou sucessos nas paradas, como “Wake Me Up Before You Go-Go”, “Careless Whisper” e “Everything She Wants”, até sua dissolução, em 1986.
Em 1987, George Michael se lançou como artista solo. Em quase trinta anos de carreira, gravou sete discos, vendeu mais de 100 milhões de cópias e foi indicado a oito prêmios Grammy, vencendo em duas oportunidades —pelo dueto “I Knew You Were Waiting (For Me)” (1987), com Aretha Franklin, e por “Faith”, considerado o álbum do ano em 1989.
Em 2012, ele foi um dos escolhidos para se apresentar na cerimônia de encerramento da Olimpíada de Londres, onde apresentou o single “White Light”.
No começo de dezembro, uma parceria entre o cantor e o produtor Naughty Boy para o que seria seu oitavo álbum solo foi anunciada. Não se sabe se o trabalho foi concluído.
Hoje tido como um dos grandes símbolos gays, George Michael só passou a falar em público sobre sua orientação sexual depois de ser detido, em abril de 1998, por ter sido flagrado com outro homem num banheiro público de Beverly Hills. Segundo ele, foi um ato “inconscientemente deliberado” de sair do armário.
Um de seus relacionamentos foi com o estilista brasileiro Anselmo Feleppa, que ele conheceu durante o Rock in Rio de 1991 e que morreu dois anos depois, devido a complicações decorrentes da Aids. Ao ex-companheiro, dedicou a música “Jesus to a Child”.
Especulações a respeito de Michael eventualmente ser portador de HIV sempre vieram à tona. Numa entrevista a Stephen Fry em 2007, o cantor disse que não fazia exame havia três anos por medo de ter a doença, mas depois pediu para o trecho ser retirado do vídeo em respeito à família de Feleppa.
Recentemente, havia sido anunciado que George Michael seria foco de um documentário para ser lançado em 2017. O filme tinha como título provisório “Freedom: George Michael” e seria narrado pelo próprio cantor e contaria com entrevistas com Mark Ronson, Tony Bennett e Liam Gallagher.
Mas esse foi mesmo o último Natal de George Michael.
// Agência BR