A pequena ilha de Tory, em frente ao litoral do remoto condado de Donegal, no noroeste da Irlanda, se despediu nesta quinta-feira (25) de seu último monarca, o “rei” Patsy Dan Rodgers, que morreu na sexta-feira passada em Dublin, aos 74 anos.
O “Rei da Ilha de Tory” é um curioso cargo cuja origem remonta ao século VI. Porém, algumas fontes asseguram que esta tradição poderia ter até 5 mil anos.
Em 1993, Patsy Dan Rodgers subiu ao trono de Toraigh, nome gaélico de uma ilha na qual vivem cerca de 150 pessoas e à qual se chega por ferryboat, cujos passageiros eram frequentemente recebidos pessoalmente pelo monarca.
As autoridades locais preveem que um grande número de visitantes se dirijam à igreja de Saint Colmcille para participar do funeral de Patsaí Dan Mag Ruairdhrí (nome gaélico do rei), músico, artista plástico e defensor da língua autóctone, falada habitualmente pelos moradores da ilha.
Embora tenha nascido em Dublin, o “rei” foi adotado aos quatro anos de idade e passou toda sua vida em Tory, onde se tornou um “grande defensor das comunidades ilhoas deste país, segundo lembrou o presidente da Irlanda, Michael Sr. Higgins.
“O seu amor por Toraigh e pelas suas pessoas era evidente na sua arte e em suas campanhas, e foi um extraordinário embaixador da ilha e de toda a sua acolhedora diversidade”, destacou o chefe do Estado irlandês.
Entre outros ações, Rodgers liderou no final da década de 90 a oposição de ilhéus a um plano do governo de Dublin projetado para situar esse tipo de comunidade em “terra firme”.
Hoje, a ilha de Tory recebe milhares de turistas todos os anos, atraídos pela beleza de suas paisagens, a tradicional forma de vida dos seus habitantes e os seus monumentos históricos, entre os quais figuram restos de assentamentos neolíticos.
Patsy sucedeu no trono a Padraig Óg Rodgers, membro de uma família que assegura que seus vínculos com a ilha têm mais de 3 mil anos de idade, e, por enquanto, ninguém foi proposto para ser coroado como novo “rei da ilha de Tory”.
Ciberia // EFE