Há três anos, o fundador da Tesla mostrou-se insatisfeito com os métodos de ensino tradicionais. A solução? Criou uma escola para os filhos, embora não se saibam ainda muitos detalhes sobre o misterioso estabelecimento de ensino.
Em setembro de 2014, Elon Musk decidiu tirar seus cinco filhos (gêmeos e trigêmeos) da prestigiada Mirman School, um colégio de Los Angeles exclusivo para crianças superdotadas, que exige até que os alunos passem por um teste de QI.
A solução do fundador da Tesla foi então criar a escola secreta “Ad Astra”, que significa “Para as Estrelas” em latim, localizada em uma mansão no sul da Califórnia.
Em 2015, o International Business Times adiantou que os poucos alunos deste estabelecimento de ensino são, para além dos herdeiros de Musk, os filhos de outros funcionários de uma das suas empresas, a SpaceX.
Passaram-se três anos desde a sua construção e os detalhes sobre a misteriosa escola continuam escassos. Musk raramente fala sobre a “Ad Astra” e as famílias que têm a sorte de ter suas crianças por lá também optaram pela mesma estratégia.
Além disso, a instituição não tem um site oficial, números de telefone ou referências dos funcionários, desde os seus administradores aos professores.
As poucas coisas que se sabem sobre o projeto educativo vieram da boca do milionário, em uma entrevista concedida em abril de 2015 à Beijing Television, na qual admitiu estar cansado dos sistemas de educação tradicionais.
“A diferença para a maioria das outras escolas é que não há notas e nem todas as crianças estão no mesmo ano ao mesmo tempo. Alguns alunos adoram inglês ou idiomas, outros preferem Matemática, outros adoram Música e têm diferentes habilidades em momentos diferentes”, explicou.
“É mais sensato atender à educação para combinar suas aptidões e habilidades. É importante ensinar a resolução de problemas – ou ensinar sobre o problema, não sobre as ferramentas”, acrescentou.
Para exemplificar a abordagem alternativa, Musk deu um exemplo: em vez de cursos específicos sobre as ferramentas usadas para fazer um motor, as crianças aprendem a engenharia reversa do motor, conhecendo diretamente quais são as ferramentas necessárias para montá-lo e desmontá-lo, como uma chave de fendas.
Crítica, moral e ética
Peter Diamandis, presidente da X Prize Foundation, visitou recentemente a “Ad Astra” e compartilhou algumas das suas observações sobre a escola.
“Um elemento persistente desta escola é a conversa sobre ética e moral das crianças, uma conversa manifestada através do debate de cenários do mundo real que um dia os nossos filhos poderão ter que enfrentar”, escreveu no jornal The Huffington Post.
Diamandis deu como exemplo uma pergunta que os professores faziam aos alunos: “Imaginem uma pequena cidade com um lago, onde a maioria dos moradores trabalha em uma fábrica. A fábrica está poluindo o lago e matando toda a vida nele. O que faziam?”.
“É explicado aos alunos que fechar a fábrica implicaria que todos os moradores perdessem seus empregos. Por outro lado, manter a fábrica aberta significaria que o lago iria acabar destruído. Este tipo de conversa rotineira permite que as crianças vejam o mundo de uma forma extremamente importante“, considera.
De fato, Elon Musk já deixou claro que este tipo de pensamento é importante, por exemplo, quando aborda a necessidade de refletir sobre as ramificações éticas do avanço da tecnologia.
Ciberia // HypeScience / ZAP