Os microplásticos já são um problema conhecido dos nossos oceanos, mas seu alcance pode ser maior do que imaginávamos. Segundo uma nova pesquisa, o problema deixou de ser apenas dos oceanos, tendo já chegado aos céus.
Um estudo revelou pela primeira vez que os insetos representam uma forma até agora desconhecida para os microplásticos entrarem na cadeia alimentar.
Os microplásticos – fragmentos microscópicos de materiais sintéticos como roupa, pneus ou até lentes de contato – são amplamente conhecidos por contaminarem os oceanos de todo o mundo, e os insetos podem potencializar essa contaminação.
A pesquisa, realizada pela Universidade de Reading, no Reino Unido, descobriu que os pequenos fragmentos de plástico penetram em insetos voadores, que põem seus ovos na água, acabando depois transmitidos pelas as larvas até a vida adulta.
De acordo com o estudo, publicado nesta quarta-feira (19) nas Biology Letters, os plásticos permanecem no interior dos animais ao longo dos vários estágios da vida, podendo contaminar seus predadores, como pássaros, morcegos ou aranhas.
Dessa forma, notam os cientistas, abre-se um novo caminho para que os microplásticos consigam entrar na cadeia alimentar, potencializando a sua proliferação. Ou seja, esta é uma nova forma de poluição que até agora não tinha sido considerada.
“Recentemente, temos prestado muita atenção à poluição dos plásticos nos nossos oceanos, mas a pesquisa revela que o problema também está nos nossos céus“, explicou Amanda Callaghan, autora principal do estudo em comunicado.
“Esta é uma pesquisa reveladora, que nos mostra pela primeira vez que os microplásticos são capazes de atravessar as várias fases da vida dos insetos voadores, o que lhes permite contaminar todo o tipo de criaturas vivas que normalmente não estariam expostas a estas partículas”, sustentou a cientista.
Citada pela Europa Press, Callaghan sustentou a forma brutal como os plásticos “contaminam todos os cantos do ambiente e seus ecossistemas”.
Pesquisas anteriores já revelaram que existem plásticos dentro de muitas aves marinhas, mas esta é a primeira pesquisa que sugere que as aves terrestres que comem insetos também estão em risco.
Ciberia // ZAP