Japão pode ser próximo alvo da guerra comercial de Trump

Gage Skidmore / Flickr

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

Depois da China e da União Europeia, o Japão pode ser o próximo alvo de Donald Trump: o presidente dos Estados Unidos acredita que há um desequilíbrio comercial que favoriza Tóquio e exige a abertura de negociações.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, denuncia o superávit comercial do Japão, depois de seus ataques aos “privilégios chineses”. No ano passado, o valor foi de pouco menos de US$ 70 bilhões (cerca de € 60 bilhões), atrás apenas do México, e muito distante do da China.

Em particular, o setor automobilístico preocupa o chefe de Estado. Veículos e peças japonesas exportadas para os Estados Unidos irritam Donald Trump, porque muito poucos carros norte-americanos são vendidos no arquipélago.

Os americanos já estão aplicando tarifas, a partir de 2,5%. Mas se aumentassem para 25%, as consequências no PIB japonês seriam muito pesadas.

A disputa também diz respeito à agricultura. Donald Trump também gostaria que o mercado japonês se abrisse mais aos produtos agrícolas norte-americanos, especialmente a carne.

As relações entre os dois países deterioraram-se acentuadamente após a retirada dos Estados Unidos do acordo de livre comércio transpacífico (TPP) em janeiro de 2017. Desde então, o presidente norte-americano vem pedindo discussões a respeito, mas desta vez apenas com os japoneses. Se Tóquio resiste, não sabemos ainda por quanto tempo o fará.

O assunto deve certamente estar na agenda das conversas de Trump com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe desta quarta-feira (26), em paralelo à Assembléia Geral da ONU.

Em maio desse ano, após acordo, os EUA suspenderam a guerra comercial com China. “Suspendemos as tarifas enquanto executamos o acordo”, afirmou Steven Mnuchin em entrevista à rede de televisão “Fox News”.

O secretário afirmou que se referia aos US$ 150 bilhões em tarifas a centenas de produtos chineses que Trump tinha ameaçado aplicar por questões de propriedade intelectual e para forçar Pequim a equilibrar a balança comercial.

Um mês depois, EUA e União Europeia firmaram acordo para evitar guerra comercial. O presidente Donald Trump e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciaram um acordo para avançar rumo ao fim das tarifas entre o país e o bloco, evitando assim uma guerra comercial.

Trump afirmou que Juncker assumiu o compromisso de os europeus trabalharem junto com o governo norte-americano para estabelecer uma política de “zero tarifas, zero barreiras não tarifárias e zero subsídios aos bens industriais não automotores”.

Ciberia // RFI

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