Donald Trump respondeu às ameaças da China negando a existência de uma guerra comercial entre os dois países. “Essa guerra foi perdida há muitos anos.”
Nesta quarta-feira (4), o presidente norte-americano Donald Trump disse, no Twitter, que os EUA não está “em guerra comercial com a China porque essa guerra foi perdida há muitos anos pelas pessoas tolas e incompetentes” que representaram o país.
“Agora temos um deficit comercial de 500 bilhões de dólares por ano, com roubo de propriedade intelectual de mais de 300 bilhões de dólares”, escreveu, reiterando que “não podemos deixar isso continuar”.
O tuíte foi publicado depois de a China ter anunciado a introdução de taxas sobre importações de mais de 100 produtos americanos, na segunda-feira (2). A resposta da China veio no seguimento da decisão dos EUA colocarem maiores restrições aduaneiras ao aço e alumínio chinês, apontando ainda restrições ao investimento chinês em território norte-americano.
Além disso, Washington também prepara mais sobretaxas em produtos chineses que podem ter impacto em importações no valor de entre 50 e 60 bilhões de dólares, escreve o Dinheiro Vivo.
Donald Trump atacou consistentemente a China devido ao deficit comercial entre os dois países, que totalizaram 375,2 bilhões de dólares no ano passado, e pediu ao governo chinês que encontrasse uma forma de reduzir a diferença em 100 bilhões de dólares, informou o Business Insider.
Segundo os economistas, a redução do deficit comercial entre os dois países será difícil, e Trump pode mesmo arriscar uma guerra comercial. De acordo com Adam Slater, principal economista da Oxford Economics, a disputa entre os EUA e a China ainda não é uma guerra comercial oficial, mas o perigo está presente.
No começo de março, Trump disse que as guerras comerciais são fáceis de ganhar. No entanto, seu discurso mudou, e agora o presidente defende que quando se perde 500 bilhões de dólares, já não há nada a perder.
A queda de braço entre as duas maiores economias do mundo deixa os economistas e os mercados financeiros apreensivos, com medo de uma escalada dos ataques e contra-ataques que podem colocar em causa a recuperação da economia mundial.
Os receios são sentidos no comportamento das bolsas. Segundo o Dinheiro Vivo, só no último mês, a apreensão com o risco de uma guerra comercial tirou cerca de 4% das bolsas norte-americanas, europeias e chinesa.
Ciberia // ZAP