A Federação de Futebol saudita pediu desculpas nesta sexta-feira (9) por sua seleção ter desrespeitado o minuto de silêncio pelas vítimas dos atentados de Londres antes do início do jogo da fase de qualificação para a Copa 2018 contra a Austrália.
Quando o locutor do estádio de Adelaide pediu, na noite de quinta-feira (8), um minuto de silêncio para homenagear as oito vítimas dos atentados de sábado – duas delas australianas –, os onze jogadores australianos se alinharam e se abraçaram no círculo central, enquanto seus opositores desmobilizaram, se separaram e se alinharam em campo, ignorando o gesto.
A atitude desencadeou uma série de reações por parte de espectadores e responsáveis políticos na Austrália, levando o presidente da Federação de Futebol da Arábia Saudita, Adil Ezzat, que raramente se expressa, a apresentar um pedido de desculpas.
“A Federação saudita lamenta profundamente e pede desculpas sem reservas por qualquer ofensa causada. Os jogadores não tiveram qualquer intenção de desrespeitar a memória das vítimas ou de ferir seus familiares, amigos ou qualquer pessoa afetada pela atrocidade”, indicou Ezzat no mesmo comunicado.
A Federação de Futebol da Arábia saudita “condena todo tipo de atos terroristas e de extremismo e endereça suas mais sinceras condolências às famílias das vítimas”, acrescenta a nota.
A Federação de Futebol da Austrália tinha afirmado, depois do jogo, que os sauditas sabiam do plano de cumprir um minuto de silêncio antes da partida de qualificação, recusando-se a participar, com responsáveis sauditas a argumentarem que a tradição “não se enquadra na cultura” saudita.
Esta é a segunda vez em poucas semanas que questões de caráter religioso entram em campo no futebol. No mês passado, um conceituado clérigo muçulmano saudita pressionou a FIFA a banir sinal da cruz no futebol, pretendendo que os atletas cristãos sejam proibidos de se benzer quando entram em campo ou comemoram um gol.
A Austrália venceu a Arábia Saudita por 3-2, compartilhando o primeiro lugar do grupo B com o Japão, mas ambas com mais um jogo do que os nipônicos.
// ZAP