450 detidos e 20 mortos é o saldo dos protestos antigoverno que acontecem no Irã há cinco dias. Teerã já avisou os manifestantes que serão eles a pagar a “fatura” das manifestações.
Segundo a televisão estatal iraniana, nove pessoas morreram nesta segunda-feira (1º) à noite durante os protestos antigoverno, elevando para 20 o total de mortes.
O balanço é provisório, mas entre as vítimas estariam um rapaz de 11 anos e um membro da guarda revolucionária do Irã. Além disso, 450 pessoas foram detidas na sequência dos violentos protestos que invadiram as ruas iranianas durante os últimos cinco dias.
Os protestos são consideradas as piores manifestações dos últimos nove anos e já provocaram o aumento anual mais forte no preço do petróleo desde 2014.
Os fortes protestos começaram com o aumento dos preços e o desemprego, mas evoluíram para a contestação do regime de Rouhani e mesmo do líder religioso iraniano Ayatollah Ali Khamenei.
O Observador conta ainda que as forças de segurança do Estado conseguiram impedir que “manifestantes armados” tomassem de assalto delegacias de polícia e bases militares. Houve também ataques a edifícios estatais e bancos.
Em resposta aos protestos, o governo iraniano avisou os manifestantes que serão eles a “pagar o preço”. “Aqueles que destroem a propriedade pública, criam desordem e agem ilegalmente devem responder pelas suas ações e pagar o preço. Agiremos contra a violência”, afirmou o ministro do Interior iraniano, Abdolreza Rahmani Fazli no domingo.
O regime de Rouhani reconhece o direito à manifestação, mas lembrou que “o governo não vai ter qualquer tolerância com os que danifiquem a propriedade pública, violem a ordem pública e provoquem alarme social”. No entanto, o governo respondeu a uma das reivindicações iniciais e baixou o preço dos combustíveis.
EUA e Israel do lado dos manifestantes
“O Irã fracassa em todos os níveis, apesar do mau acordo celebrado com a administração Obama. O povo do Irã foi reprimido. Eles têm fome de alimentos e de liberdade. A grande riqueza do Irã é confiscada, assim como os direitos humanos, é tempo de mudança”, disse Donald Trump, no Twitter.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por sua vez, optou por falar através de um vídeo no YouTube, no qual responde às acusações do parlamento iraniano, dizendo que o governo fomentou os incidentes.
O primeiro-ministro israelense disse que os manifestantes são “bravos” e “heroicos”, destacando a luta “pelas liberdades básicas que lhes foram negadas durante décadas”.
Benjamin Netanyahu criticou a resposta do regime iraniano aos protestos, bem como os governos europeus por “observarem em silêncio” as manifestações, à medida que a violência cresce.
O parlamento iraniano acusou Israel, os Estados Unidos e a Arábia Saudita de fomentarem os distúrbios ocorridos nas manifestações contra a política econômica do governo. A assembleia iraniana realizou uma sessão extraordinária para avaliar a situação do país, na sequência dos protestos dos últimos dias.
Citado pela agência EFE, o porta-voz da comissão de Segurança Nacional e Política Externa, Naqaví Hoseiní, disse que “o povo do Irã não tolera que um grupo perturbe a ordem pública e cause danos”.
Ciberia // ZAP