Uma jovem na Arábia Saudita tem causado uma onda controversa no país: de um lado críticas, do outro apoio. Em questão está um vídeo no qual a jovem aparece de minissaia e top curto em público.
Enquanto alguns internautas pediram a prisão da mulher por desrespeitar o código de vestuário local e a chamaram de obscena, outros surgiram a apoiar a jovem, defendendo o direito individual sobre o corpo e a sua coragem.
A jovem ainda não foi identificada, mas a imprensa local adianta que ela seria de origem saudita.
Sites ligados ao governo saudita disseram nesta segunda-feira (17) que as autoridades analisam a possibilidade de tomar providências contra a mulher, que saiu em público sem a tradicional e conservadora abaia – espécie de vestido que cobre todo o corpo – e sem o véu islâmico para cobrir cabeça e cabelo.
No vídeo publicado no Snapchat, pode-se ver a jovem andando por um ponto histórico de Ushaiager, no deserto de Najd. No local, residem muitas das mais conservadoras tribos do país.
A jovem recebeu o incentivo de vários internautas, que exaltaram a coragem e não consideraram o vídeo um crime que deveria acabar em prisão. Alguns apontaram que seria a beleza da jovem a chamar a atenção.
O escritor Ibrahim al-Munayif se juntou aos internautas que viram o vídeo como uma infração e destacou que permitir a quebra de leis levaria o país ao caos: “Assim como nós pedimos às pessoas que respeitem as leis dos países para os quais vão viajar, as pessoas também devem respeitar as leis deste país”, escreveu aos 41 mil seguidores.
O site “Saudi Okaz” reportou que as autoridades em Ushaiager pediram ao governo e à polícia que responsabilizem a mulher pelo vídeo. Os agentes dedicados a policiar a moralidade dos cidadãos sauditas entrarão em contato com outras agências para investigar as imagens.
Com mais da metade da população do país abaixo dos 25 anos, o herdeiro do trono, o Príncipe Mohammed bin Salman, pressiona pela abertura ao entretenimento em aceno à juventude.
Nada que abale as rígidas estruturas de desigualdade de gênero e restrições de liberdades às mulheres. A Arábia Saudita é considera uma das mais conservadoras e restritivas áreas para a classe feminina.
// ZAP