Teve início nesta segunda-feira em Paris o julgamento do antigo presidente da Federação internacional de atletismo, Lamine Diack, suspeito de corrupção e de branqeamento de dinheiro num escândalo envolvendo o doping russo. Diack arrisca-se a uma pena de prisão de 10 anos por alegadamente ter ocultado o doping de atletas russos.
Segundo os analistas, o julgamento iniciado na segunda-feira em Paris, no qual está envolvido o antigo presidente da Federação Intern acional de Atletismo, Lamine Diack, poderá revelar a face oculta do “desporto business”, com em pano de fundo o doping de atletas russos.
Indiciado no mesmo caso, o francês Gabriel Dollé, antigo chefe do sector anti-doping da Federação Internacional de Atletismo ( IAAF, na sua sigla em ingês) explicou ao tribunal, no primeiro dia de udiência, que tinham sido necessários alguns “arranjos” de forma a evitar um escândalo e salvaguardar os patrocínios do atletismo mundial.
Actualmente com 78 anos de idade, Dollé é acusado de corrupção passiva e suspeito de ter recebido 190.000 euros de luvas ilícitas entre 2013 e 2014.
Gabriel Dollé, afirmou ao tribunal que Lamine Diack, principal indiciado no processo, tinha pedido para que ele tomasse em consideração a difícil situação financeira da Federação Internacional de Atletismo.
De acordo com o ex-chefe do departamento de anti-doping da IAAF era preciso não divulgar a lista dos atletas russos suspeitos de doping, para evitar um escândalo.
O antigo presidente do orgão máximo do atletismo mundial, o senegalês Lamine Diack, de 87 anos, realçou perante os magistrados do tribunal de Paris, o seu frágil estado de saúde.
Com problemas auditivos, Diack é acusado de distribuir e receber luvas ilícitas, de abuso de confiança e de branqueamento de dinheiro.
O procurador acusa o ex-patrão do atletismo internacional de ter recebido 1,5 milhões de dólares para finan ciar a campanha presidencial de Macky Sall em 2012, em troca da ocultação do doping de 23 atletas russos.
Segundo os juízes do tribunal de Paris, o objectivo da fraude era possibilitar a participação dos 23 atletas russos suspeitos de doping, nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012 e nos mundiais de atletismo de 2013, em Moscovo.
// RFI