Lava do vulcão Cumbre Vieja chega ao mar e gera gases potencialmente tóxicos

Carlos de Saa / EPA

Erupção do vulcão Cumbre Vieja em La Palma, nas Canárias.

A lava expelida pelo vulcão da ilha espanhola de La Palma que entrou em erupção há 11 dias chegou ao mar na madrugada desta quarta-feira (29), gerando gases potencialmente tóxicos, embora até o momento implique apenas um risco “menor” para a população.

As imagens da AFPTV pela manhã mostravam grandes colunas de vapor e gases que se elevavam quando o fluxo de lava chegava ao mar na costa oeste da ilha do arquipélago atlântico das Canárias. A ilha de Palma tem 85 mil habitantes e vive do cultivo de banana e do turismo.

Com temperatura superior a 1.000°C, o impacto da lava do vulcão Cumbre Vieja, com a água do oceano aconteceu às 23h locais (19h em Brasília). Como precaução, os moradores das áreas mais próximas foram confinados para evitar o contato com os gases tóxicos.

“Neste momento, temos um vento importante na área que dissipa mais essa coluna (de gases) em direção ao mar. Portanto, o risco é muito menor” para a população, disse à rádio pública RNE Rubén Fernández, um dos responsáveis pelo Plano de Emergências Vulcânicas das Ilhas Canárias (Pevolca). “Por enquanto, não temos nenhum indício que nos faça pensar que seja perigoso para as pessoas que estão em confinamento, nem para as equipes de emergência, que também respeitam os perímetros de segurança”, acrescentou.

A inalação ou o contato com gases ácidos e líquidos podem irritar a pele, os olhos e o aparelho respiratório e causar dificuldades respiratórias”, alertou o Instituto Vulcanológico das Canárias (Involcan).

Canal para o mar

Frente às piores previsões, a chegada da lava ao mar “transcorre dentro da normalidade“, disse pela manhã à rádio COPE o presidente regional das Canárias, Ángel Víctor Torres.

“Foi aberto um canal do vulcão ao mar, e o que todos esperamos é que tudo evolua de forma natural, ou seja, que a língua de lava da ilha pare de se expandir e vá em direção ao mar”, disse Torres.

Cientistas diziam que era muito difícil prever quando a lava chegaria ao mar, já que sua velocidade havia variado nos dias anteriores.

Na manhã de segunda-feira (27) houve uma redução notável da atividade do vulcão Cumbre Vieja, mas à tarde a erupção voltou com intensidade renovada, o que fez com que o fluxo ganhasse velocidade e terminasse alcançando a água no dia seguinte.

Por causa da erupção, mais de 6.000 pessoas tiveram de deixar suas casas, mas não foram registradas vítimas. A lava já devastou 656 construções – nem todas residências – e cobriu 268 hectares da ilha, segundo o sistema de medição geoespacial europeu Copernicus.

“Em toda essa extensão não sobrou nada além de lava. A paisagem será outra, a devastação é tremenda (…) A ilha de La Palma naquela área é outra ilha”, lamentou o presidente regional das Ilhas Canárias.

A chuva de cinzas deixou o aeroporto de Santa Cruz de la Palma inoperante por 24 horas no fim de semana e, embora teoricamente aberto, praticamente não há voos chegando.

Na terça-feira, o governo espanhol aprovou um pacote de ajuda imediata de US$ 12,2 milhões para fornecer casas e itens de primeira necessidade para quem perdeu tudo com a erupção.

// RFI

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