O intelectual e nobel da Paz chinês, Liu Xiaobo, morreu nesta quinta-feira (13) sob custódia em um hospital do norte do país, após ter sido recentemente libertado condicionalmente por causa de um câncer terminal, segundo anunciou um comunicado oficial.
Liu morreu aos 61 anos após passar os nove últimos na prisão, ganhando inclusive o Prêmio Nobel da Paz em 2010 por seu ativismo a favor da democratização da China.
O dissidente morreu “por falência múltipla dos órgãos” depois de na terça-feira (11) ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de acordo com o Escritório da Administração de Justiça da cidade de Shenyang, onde o Nobel estava internado.
Hoje mesmo seus parentes já temiam que Liu tivesse morrido, pois o hospital onde estava internado não publicou informações sobre seu estado de saúde o dia inteiro.
A eminente morte de Liu ficou evidente em 26 de junho quando seu advogado Mo Shaoping anunciou que ele teve que ser hospitalizado, ainda que sob custódia policial, para tratar de um câncer terminal de fígado.
As autoridades confirmaram posteriormente que Liu tinha sido levado a um hospital universitário de Shenyang, capital da província nordeste de Liaoning, para ser tratado.
Desde então, ocorreram diversos pedidos de amigos, organizações de direitos humanos e países para que o Governo chinês permitisse que Liu fosse se tratar no exterior, o que foi ignorado por Pequim, que considerou tal fato uma ingerência nos seus assuntos internos e em seus procedimentos legais.
Perante a pressão internacional, as autoridades anunciaram no dia 5 que permitiriam que especialistas estrangeiros, concretamente dos Estados Unidos e da Alemanha, viajassem para a China para ajudar a equipe médica local e estes puderam vê-lo no fim de semana.
Os médicos estrangeiros concordaram que o diagnóstico dos especialistas chineses, mas contradisseram a versão oficial ao assegurar que Liu poderia viajar ao exterior, apesar de Pequim insistir que estava muito debilitado para fazer uma viagem de longa distância.
Após a visita, as autoridades anunciaram uma piora do seu estado de saúde.
// EFE