Um ex-funcionário de inteligência do governo americano, Christopher Mellon, alega que o Pentágono não investiga devidamente relatos de avistamentos de óvnis registrados por membros da Marinha e da Força Aérea dos EUA.
Em um artigo de opinião no Washington Post, Christopher Mellon, que trabalhou com as administrações de Bill Clinton e de George W. Bush na Casa Branca, refere que há vários relatos que mostram “provas da existência de aeronaves muito superiores a tudo o que os EUA, ou seus aliados, possuem” que não estão sendo devidamente investigadas.
O atual acionista e consultor da empresa To the Stars Academy of Arts and Science, que faz pesquisas na área das ciências, da engenharia e de fenômenos anômalos, lembra que em dezembro de 2016, o Departamento de Defesa dos EUA (DoD) divulgou dois vídeos, classificados como confidenciais, que mostram a surpresa de pilotos da Força Aérea com a descoberta de Objetos Voadores Não Identificados (Óvnis).
A empresa onde Mellon trabalha acaba de divulgar outro vídeo, que teria sido registrado por uma aeronave da Marinha norte-americana, e que revela um “veículo aéreo anômalo” se movendo à grande velocidade. Nas imagens, podem se ouvir os pilotos manifestarem surpresa com a alta velocidade do objeto.
Essas aeronaves parecem acelerar rapidamente sem meios óbvios de propulsão. Semelhantes a manchas no céu, estes óvnis tinham cerca de 12 metros de comprimento e podiam, supostamente, mergulhar milhares de metros em alta velocidade.
Christopher Mellon relata a existência de “mais de uma dúzia” de incidentes semelhantes ao largo da Costa Leste dos EUA, desde 2015.
O especialista em inteligência constata que os avistamentos de óvnis são bem conhecidos entre o pessoal do DoD, mas que não estão sendo convenientemente investigados porque “ninguém quer ser ‘o tipo dos extraterrestres’ na burocracia da segurança nacional”.
“Ninguém quer ser ridicularizado ou posto de lado por chamar a atenção para o assunto”, escreve Mellon. Estes incidentes com óvnis são, assim, tratados como “eventos isolados”, ao invés de serem encarados como “parte de um padrão que requer atenção séria e investigação”, constata.
O ex-funcionário do governo norte-americano explica que não é necessário que as aeronaves sejam alienígenas para serem dignas de investigação. Podem ser exemplos de uma tecnologia avançada desenvolvida por nações estrangeiras, o que seria um sinal alarmante, constata.
“Será possível que a América tenha sido tecnologicamente ultrapassada pela Rússia ou pela China?”, pergunta Mellon, levantando também a possibilidade de estarmos perante “provas de uma civilização extraterrestre”. O certo é que, “não temos ideia, porque não estamos sequer à procura de respostas”, conclui.
“Um esforço verdadeiramente sério envolveria, entre outras coisas, analistas capazes de examinarem dados infravermelhos de satélites, bancos de dados de radar NORAD e sinais e relatórios de inteligência humana”, escreve Mellon no Washington Post.
Ceticismo
O New York Times anunciou, em dezembro de 2017, que o DoD gastou 22 milhões de dólares, quase 18 milhões de euros, entre 2007 e 2012, num programa secreto para investigar óvnis.
A empresa contratada para fazer a investigação, a Bigelow Aerospace, tinha ligas metálicas de objetos aéreos não identificados armazenadas em Las Vegas. O denominado Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais foi dirigido por Luis Elizondo que, atualmente, é dirigente da To the Stars Academy of Arts and Science.
Há quem defenda que o programa do DoD era um projeto que tinha à frente verdadeiros crentes de óvnis que teriam apresentado muito pouco material para compensar seus esforços de pesquisa.
Por outro lado, o dono da Bigelow Aerospace foi um grande doador para a campanha do ex-senador Harry Reid, que liderou a implementação do programa. Mas também há quem questione a credibilidade dos próprios vídeos, admitindo que podem ter sido alterados.
Ciberia // ZAP